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Autorização para impeachment repercute

Apenas 11 dias depois de iniciar os trabalhos, a comissão especial do Senado que analisou a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff decidiu aceitar a denúncia. Foram 15 votos favoráveis e 5 contrários ao relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que acolheu os termos da denúncia apresentada pela Câmara. Para os deputados favoráveis ao impeachment, a avaliação é de que o Plenário do Senado deverá confirmar o relatório de Anastasia na próxima quarta (11), marcando o fim do governo Dilma. “O Senado deu a ‘pá de cal’ no governo Dilma”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).

Caso o Plenário aprove o relatório da comissão, Dilma será afastada provisoriamente por 180 dias, período em que a presidência será assumida pelo vice Michel Temer. “O afastamento dela será um alívio para o povo brasileiro, que começa a respirar”, afirmou Bueno.

Confirmação
O vice-líder do DEM Efraim Filho (PB) afirmou que a votação de hoje foi o reconhecimento de que o governo perdeu a legitimidade e a capacidade de liderar o País para sair da crise econômica. “Ninguém mais acredita no que ela fala, ninguém mais acredita no que ela faz”, disse. Para ele, o afastamento provisório de Dilma deverá ser confirmado pelo Plenário do Senado na próxima semana, “ruptura” que ele considera necessária no momento. “Nós podemos viver tempos de mudança e esperança que possam fazer bem ao Brasil. É uma ruptura, sim. Mas é uma ruptura que significa esperança, não desilusão”.

Os dois deputados descartaram a acusação da presidente Dilma de que o pedido de afastamento é um golpe contra a democracia. Rubens Bueno disse que o processo do impeachment vem respeitando as regras constitucionais e legais. “Falar em golpe é afrontar o Supremo Tribunal Federal, é afrontar a Constituição da República”, disse.

 Efraim Filho afirmou que o discurso do golpe é apenas uma retórica motivacional para a militância. “Não convence ninguém”.

Ilegitimidade
Para os aliados do governo, a decisão do Senado não encerra a disputa política em torno do mandato da presidente. O vice-líder do PT deputado Bohn Gass (RS) disse que o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, determinado nesta quinta pelo STF, evidenciou a ilegitimidade do processo contra Dilma. Cunha acolheu a denúncia contra a presidente, apresentada por três juristas.

“Está cada vez mais provado que [o processo] é só uma birra política de quem não venceu a eleição e agora quer aplicar o golpe”, disse Bohn Gass. Segundo ele, os aliados vão continuar denunciando o golpe contra a presidente. “O governo da presidente Dilma tem que defender o seu legado, porque ele foi delegado pelo povo que a elegeu.”

Foto>Antonio Augusto, Ag. Câmarea

Texto>Ag. Câmara