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Dalirio: prolongamento da crise em 2016

Ao fazer um balanço do ano político e de seu mandato, desde que assumiu o Senado, a partir de maio 2015, com a morte de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), o então suplente e atual senador Dalírio Beber (PSDB) analisa que a crise econômica e política poderá se agravar em 2016 diante da incapacidade do governo Dilma Roussef de enxugar custos e admitir erros de gestão. Para o senador tucano, a possibilidade de impeachment continua e não se trata de golpe, mas de mecanismo absolutamente democrático previsto na Constituição Federal para resolver uma situação como a atual no país.
“O impeachment é o instrumento que a democracia confere ao parlamento para decretar o afastamento do governante que perdeu, por sua própria culpa, a legitimidade para o exercício do poder”, afirma Dalirio Beber, acrescentando que a presidente não reúne mais condições de continuar governando o país, “não apenas porque não possui popularidade, mas porque perdeu a credibilidade de suas ações e gerenciou mal a coisa pública”.
Na visão do senador, “a crise vem piorando a cada dia, e apesar do desemprego alcançar níveis extremamente preocupantes, do rendimento médio dos trabalhadores ter caído e da previsão de inflação, para este ano, ser de mais de 10%, o Planalto demonstra incapacidade em economizar e de admitir seus erros. O Brasil perdeu novamente o selo de bom pagador de mais uma agência mundial de classificação de risco neste final de ano. Infelizmente não foi algo inesperado, pois o ajuste fiscal não surtiu os efeitos anunciados pelo governo federal.”

dalirio beber balanço

SETOR PRODUTIVO

Para Dalírio Beber este novo rebaixamento vai agravar ainda mais o setor produtivo do Brasil, somado às “pedaladas” já julgadas pelo TCU, que estimou em 40 bilhões de reais o rombo provocado por essas manobras, entre 2012 e 2014, “sem falar nas perdas provocadas pela
corrupção, esse epidemia que toma conta do poder público”. Para combater a crise moral que o país enfrenta, o parlamentar recomenda usar os meios de comunicação de massa para debater e denunciar, fortalecer a educação dos jovens e despertar os valores de cooperação e integração, gastar menos e melhor e fortalecer os municípios. “Esta é uma tarefa de longo prazo, mas que precisa ser iniciada de imediato.”

AVALIAÇÃO PARLAMENTAR

Ao avaliar especificamente se mandato, o tucano observa que “em primeiro lugar, não gostaria de estar aqui na condição que cheguei. Estou ocupando um espaço que foi muito bem ocupado pelo senador Luiz Henrique da Silveira. Isso tem que ser sempre dito como uma homenagem. O senador Luiz Henrique, que tanto fez por Santa Catarina em mais de 45 anos de vida pública. Só estar aqui nesta condição faz com que eu tenha um peso redobrado sobre os meus ombros”, enfatiza.
Na opinião de Dalírio Beber, a reforma política aprovada pelo Congresso também foi muito aquém do que a sociedade desejava.
“Infelizmente, terminamos o ano entristecidos com tudo que tem acontecido. O saldo não é positivo em nível de Congresso Nacional, no sentido de resultados eficazes para a sociedade brasileira”, resume.
O senador afirma que tem procurado interagir com todo o estado de Santa Catarina, se colocando à disposição do governo e dos municípios, para fazer com que essa continuidade do mandato, conquistado em 2010 pelo Luiz Henrique, de fato, possa continuar sendo produtivo. “O
positivo do meu mandato é a possibilidade efetiva de fazer com que o nosso estado seja representado, junto do senador Paulo Bauer e senador Dario Berger, nos assuntos que digam respeito ao desenvolvimento e progresso de Santa Catarina, contribuindo também para o
desenvolvimento do país”.
Admite, por outro lado, que no Congresso Nacional as coisas também precisam mudar. “Eu gostaria muito de ver surgirem aqui líderes partidários que conduzissem seus partidos ao apoio de bons projetos para o Brasil, de verdade! Talvez o parlamentarismo, ou o semiparlamentarismo, seja a saída de que o Brasil precisa. Haverá dificuldades, mas, com certeza, elas serão superadas de uma forma mais harmônica, mais equilibrada e mais rápida do que no atual presidencialismo”.

ELEIÇÕES 2016

Sobre as eleições municipais de 2016, o senador Dalírio Beber considera que ainda é muito cedo para falar sobre o tema. Mas acredita que a atuação do PSDB catarinense deve ser diferenciada. “Exatamente para que a sociedade perceba que, onde existe um filiado do PSDB, existe uma preocupação com as questões mais justas para o desenvolvimento daquela comunidade. Nossos prefeitos, vices, vereadores, deputados e lideranças têm que ter essa permanente busca: fazer que sejamos uma contribuição para o desenvolvimento de Santa Catarina e do país”, conclui.

Foto: Ag. Senado, arquivo, divulgação