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Em SC, ministro critica Congresso e também quer pacto

Para uma retomada sustentável da economia é preciso encaminhar soluções para questões estruturais, que foram
negligenciadas nos últimos anos, além da retomada da sintonia entre o Executivo e o Legislativo. As afirmações são do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Armando Monteiro, que realizou palestra na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

“O custo da disfuncionalidade do governo é imenso para a economia e para a sociedade. O governo precisa funcionar, as decisões precisam ser tomadas. O Congresso Nacional precisa ter corresponsabilidade em torno dessa agenda. Uma agenda que possamos chamar de agenda do bom-senso, que é claramente percebida diante da natureza dos desafios que nós temos a curto prazo”, afirmou Monteiro.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, ressaltou que “as oportunidades de superação da difícil conjuntura em que vivemos, representada, sobretudo, por inflação, juros e carga tributária extremamente altos, passam pela redução dos gastos de custeio do setor público, pela modernização da legislação trabalhista, pelo aumento e qualificação dos investimentos e pelo fortalecimento da indústria”.

O ministro defendeu a simplificação nos ambientes regulatório e tributário, incluindo PIS, Cofins e ICMS. “Temos que iniciar um processo de reforma do ICMS que é o imposto de maior peso individualmente na economia brasileira e que convive com distorções imensas. Seguramente poderemos convergir para uma redução significativa das alíquotas interestaduais o que melhorará muito o ambiente de operação das empresas”, afirmou.

Monteiro também propôs a adoção de uma política industrial que fortaleça todos os setores, com energia a preço competitivo e modernização do parque industrial. “Mesmo países mais desenvolvidos voltaram a ter politica industrial; a indústria está sendo relançada ate nos EUA”, destacou. “Precisamos de uma política industrial, não para proteger a ineficiência, mas para elevar a competividade da economia brasileira”, acrescentou.

Côrte afirmou ainda que o setor produtivo conta com a interlocução de Monteiro, que é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “para recolocar a indústria brasileira no centro da estratégia do desenvolvimento do País, criando-se, assim, as condições para a retomada de nosso desenvolvimento”.

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EXPORTAÇÕES

Para Armando Monteiro, o Brasil tem potencial para dobrar suas exportações, chegando a 40% do Produto Interno Bruto. Para isso, uma das apostas é na interligação com outros blocos econômicos, como a União Europeia e os Estados Unidos. Ele defendeu celeridade nas negociações de acordos pontuais, que não interferem nos compromissos assumidos com o Mercosul e possibilitariam ao país aproveitar o momento cambial favorável.

Com tradição exportadora e desempenho externo superior à média nacional em 2015, Santa Catarina foi lembrada como exemplo pelo ministro. “O comércio exterior é uma via de mão dupla e o fato de Santa Catarina ter essa inserção internacional é um elemento fundamental para que a economia tenha dinamismo e competitividade”, completou Monteiro.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou que, em um “ambiente de forte restrição no mercado interno, a ampliação dos mercados já existentes e a conquista de novos mercados externos representa uma alternativa atrativa para a indústria”.

TAXA DE JUROS

Para o ministro, o novo aumento na taxa de juros, anunciado ontem pelo Banco Central, é necessário. “É uma posição muito vigilante do Banco Central, que impõe restrições em curto prazo, mas que vai contribuir para reequilibrar a economia brasileira. E, aí sim, nós podemos retomar o crescimento, que é o objetivo de qualquer política econômica”, reconhece.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, prestigiou o evento e afirmou que discurso negativista tem afetado a economia do País. “A maioria absoluta dos setores acham que estamos passando por um momento de dificuldade, mas que até o final do ano iremos retomar”, afirmou.

A visita de Armando Monteiro é uma iniciativa da FIESC, em conjunto com o governo do Estado, a Fecomércio/SC e o Sebrae/SC.

Foto: Fiesc, divulgação