Importante, emblemática a presença de Jair Bolsonaro neste sábado em Santa Catarina. O estado, em que pese nós estarmos vendo recursos preciosos malversados na compra de respiradores mecânicos e outras coisitas más, não tem os recursos necessários para a reconstrução pós-ciclone em plena pandemia!
A expectativa no universo político e empresarial é no sentido de que o presidente se sensibilize com esse que já está entre os principais desastres climáticos da história catarinense.
Bolsonaro fará uma breve escala na Capital e depois parte para um sobrevoo às regiões mais afetadas.
O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, chegou ontem. Foi recepcionado por deputados, senadores, prefeito e recebeu todas as informações sobre a tragédia.
Quase metade dos municípios de Santa Catarina foi duramente atingida pelo ciclone. A Celesc tem mais de 60 anos de vida. Nunca havia registrado evento em que metade das unidades consumidoras de todo o território tivesse o abastecimento de energia cortado.
É fundamental uma posição assertiva do presidente. Muitas empresas perderam tudo. No Oeste, os estragos ainda estão sendo contabilizados. Com o agravante: não é de hoje que Santa Catarina contribui ricamente com o envio de recursos à União, que devolve contrapartidas minguadas, a conta-gotas aos catarinenses.
O ausente
Moisés da Silva, que ensaiou movimentos na esperança de se reaproximar de Jair Bolsonaro, não vai recepcionar o presidente da República. Está isolado, em quarentena, depois de testar positivo para o Covid19.
A presente
Já a vice-governadora, Daniela Reinehr, bolsonarista de primeira hora, estará com o presidente. E deveria estar na condição de governadora. Moisés, acometido pelo vírus, deveria passar o comando à Daniela. Como são desafetos, o governador prefere despachar no palácio residencial, mesmo em quarentena.
In loco
A agenda da vice-governadora Daniela Reinehr se intensificou ainda mais nos últimos dias. Ela visitou municípios atingidos pelo ciclone bomba e, nesta sexta-feira, acompanhou o secretário Nacional de Defesa Civil, Cel. Alexandre Lucas Alves, num sobrevoo às áreas afetadas. Amanhã, sábado, a vice-governadora continua a agenda, dessa vez, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que vem ao Estado verificar a situação dos municípios.
Discriminação e segregação
Na manhã desta sexta-feira, houve mais uma demonstração das dificuldades que a vice enfrenta. Com o governador ausente em função da Covid, ela é a autoridade máxima do estado. Mesmo assim, ficou fora da mesa das autoridades durante evento na Defesa Civil. A alegação dos organizadores foi de que o momento de pandemia dificulta a questão dos espaços. Ah, tá.
Tratamento escandaloso
Isso é um escândalo, um absurdo o tratamento que a assessoria de Moisés da Silva dispensa à Daniela. Existem as divergências, as dificuldades, as questões políticas, mas acima disso tudo está a hierarquia e estão os ritos dos cargos e estruturas de poder. Nunca se viu nada nem parecido em Santa Catarina.
A lista de Lima
Em meio à pandemia do coronavírus, qual deputado estadual ligou para a então superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria da Saúde, Márcia Pauli? Mais da metade dos 40 parlamentares já enviou ofício ao presidente da CPI dos Respiradores, Sargento Lima, negando ter ligado. Apesar do questionamento ter sido feito há um mês, ainda falta a outra metade responder.
No dia 2 de junho, a servidora deu depoimento à CPI sobre a participação dela na compra de 200 equipamentos, com o pagamento antecipado de R$ 33 milhões. Durante o interrogatório, ela falou que recebeu telefonemas das mais diferentes pessoas, “até de deputado”