Evento faz parte do projeto Café de Ideias, que está em sua terceira edição e traz, mensalmente, importantes personalidades do Estado e do país para discutir política e temas afins. A entrada é gratuita
Aos 87 anos e com a experiência de 65 anos de vida pública, o ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) analisará a atual conjuntura brasileira na palestra “A ética na política e as perspectivas para o futuro” no próximo dia 14 de setembro, às 20h, no auditório da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Campus Kobrasol-Mundo Car.
O político, que exerceu seu último mandato até fevereiro de 2015, é testemunha dos fatos mais revelantes da história recente do país. A partir de um panorama histórico, Simon descreverá a situação política do Brasil desde o primeiro governo Getúlio Vargas, nos anos 1930, até o afastamento da presidência de Dilma Roussef, a ascensão de Michel Temer, passando pelas administrações de Jânio Quadros, João Goulart, todas as fases do Regime Militar, sua participação nas “Diretas Já” e no Governo José Sarney, no impeachment de Fernando Collor e como líder do Governo Itamar Franco.
Promovida pelo Gabinete do Vereador Antônio Lemos em parceria com a Univali e o Fórum Cristão de Cidadania, a palestra de Pedro Simon faz parte do projeto Café de Ideias, que está em sua terceira edição e traz, mensalmente, importantes personalidades do Estado e do país para discutir política e temas afins. O evento já contou, por exemplo, com a participação do professor e reitor da UNIARP, Adelcio Machado
“A ideia do café de ideias surgiu com um grupo de amigos, pessoas interessadas em estudar política, independentemente de sigla. A maioria de nós – eu incluso – não consegue traduzir seu descontentamento com o atual estado das coisas em ações práticas que mudem essa história de alguma forma. Aceitamos as coisas como são e ficamos anestesiados frente às inúmeras denúncias de corrupção e aos desmandos de nossos representantes. O fato é que temos ainda uma democracia muito imatura no Brasil, com baixo envolvimento da população e uma frágil cultura política
Tudo precisa começar de algum lugar. Pode ser que a ideia de engajamento político remeta a coisas como se filiar a um partido ou associação, frequentar assembleias e reuniões, fazer protestos, discursar, bater boca, entre outras atividades pouco confortáveis.Mas por que não começar pelo básico, como aprender mais sobre o sistema político no Brasil?Explicar essas coisas – muitas vezes chatas e com muitas informações desencontradas na internet – de uma maneira mais simples, descomplicada e interativa é a missão do Café de Ideias. O Grande objetivo é ajudar os participantes a conhecerem mais sobre a política – e consequentemente formarem seus próprios pontos de vista.Acredito que buscar informação e criar gosto pela política é aquele primeiro passo que todos precisamos dar”, declarou.
A palestra é aberta ao público e têm entrada franca.
História política
Filho de imigrantes libaneses, o advogado e professor Pedro Simon nasceu em Caxias do Sul (RS) em 31 de janeiro de 1930. Hoje com 86 anos – e quase 60 de vida pública ininterrupta -, Pedro Simon começou sua atuação política no movimento estudantil, como dirigente de grêmios acadêmicos e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Elegeu-se pela primeira vez em 1958 para vereador de sua cidade, exerceu quatro mandatos de deputado estadual (1962-1978) e foi eleito senador da República pelo PMDB em 1978.
Pedro Simon também foi ministro da Agricultura em 1985, no Governo Sarney, por indicação de Tancredo Neves, e governador do Rio Grande do Sul (1986-1990), sendo o único governador a reduzir a dívida do estado. Em 1989, foi novamente eleito senador, cumprindo quatro mandatos consecutivos até 31 de janeiro de 2015.
Entre suas realizações políticas destacam-se a organização do movimento de oposição ao Regime Militar; a coordenação da campanha das “Diretas Já”, a luta pela anistia e a implantação do III Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul. Como ministro, lançou o projeto de criação de cisternas para erradicar a seca crônica do Nordeste. Também foi articulador da aprovação do Plano Real.
