Manchete

Futuro ou passado?

Na chegada de fevereiro, as conversações com vistas às eleições municipais ganham intensidade. Até porque a Alesc volta a funcionar normalmente, bem como o próprio Congresso Nacional.
Depois, até março, conversas internas também dominarão a pauta para entendimentos entre as lideranças de seus respectivos partidos.
Abril é o prazo limite para a desincompatibilização de secretários e assessores que vão disputar o pleito de outubro.
No primeiro escalão de Jorginho Mello dois deputados federais devem deixar o colegiado. Carmen Zanotto, da Saúde, é favorita para conquistar a prefeitura de Lages; e Ricardo Guidi, titular do Meio Ambiente e Economia Verde, que lidera as pesquisas em Criciúma. Carmen é filiada ao Cidadania e Guidi segue no PSD.
Olhando, contudo, o noticiário, são perceptíveis as movimentações de algumas figurinhas conhecidas, carimbadas, manjadíssimas. Querem ressurgir das cinzas.

Tripé

Vamos citar três exemplos. A ex-senadora Ideli Salvatti (PT), o ex-senador Dário Berger, que saiu do MDB em 2022 para alistar-no PSB, além de outro ex-senador e ex-governador em mandato-tampão, Leonel Pavan, que foi três vezes prefeito de Balneário Camboriú. Recentemente, ele deu baixa no PSDB depois de três décadas e alistou-se no PSD, partido que tem três ministérios no governo Lula.

Perfis

Estamos falando de uma petista, de um socialista e de um pessedista com anos de estrada na política catarinense. Mas peraí? Os ventos não são de renovação? Por que estes três personagens estão querendo retornar à vida pública? Pavan sinaliza para disputar a prefeitura de Camboriú, já que sua filha é opção para a majoritária na vizinha Balneário Camboriú.

Nos bastidores

Pavan está sem mandato já faz um bom tempo. Ideli Salvatti então, nem se fala. Na era PT, ela foi líder do governo no Senado e também liderou o partido na Câmara Alta, além de ter ocupado três posições ministeriais diferentes. Em 2010, a petista finalizou seu mandato. E amargou um resultado duríssimo na disputa ao governo em outubro daquele ano.

 Ostracismo

De lá pra cá – estamos falando de 14 anos – Ideli Salvatti submergiu. Desapareceu.

Respiro

Após o mandato-tampão como governador em 2010, Pavan ainda se elegeu deputado estadual em 2014, mandato que se encerrou em 2018. Está, portanto, há seis anos fora do jogo.

De olho

O terceiro personagem é Dário Berger. Cumpriu mandato de senador até 2022, quando tentou a reeleição e ficou em terceiro lugar. O neossocialista aventa a possibilidade de disputar novamente as prefeituras de Florianópolis ou de São José.

Timing

Dário Berger é parreira que já deu cacho. Deu pra ele. Nisso, pelo menos, teve sensibilidade o ex-governador Raimundo Colombo. Estavam querendo lançá-lo à prefeitura de Lages, mas ele não topou. Salvo uma hecatombe, Colombo seria derrotado por Carmen Zanotto.

Pule de 10

Ela só perderá esse pleito se o jogar fora. Em 2020, Carmen não venceu por apenas 56 votos. Antônio Ceron reelegeu-se, mas está fora de combate após ser alcançado pela Operação Mensageiro. O PSD é um cadáver insepulto em Lages.

Currículo

Colombo foi três vezes prefeito da cidade, deputado federal, senador, governador duas vezes, mas perdeu as duas últimas disputas à Câmara Alta (2018 e 2022). É outra figura que já teve seu tempo. Deu pra ele também.

Quilometragem

Por fim, há um último nome querendo retornar – e este sim com chances reais de reaparecer no cenário estadual: João Paulo Kleinübing. Como começou muito cedo na política, ele já cumpriu mandatos de deputado estadual, federal, além de ter sido duas vezes prefeito de Blumenau. Kleinübing também foi presidente da Eletrosul e secretário de Estado da Saúde. Ainda tem muita lenha pra queimar.

Onda

Em 2018, JPK era o candidato a vice-governador na chapa de Gelson Merisio. Naquele pleito, a força do Bolsonarismo surpreendeu a todos, guindando Moisés da Silva ao governo.

Vitrine

Kleinübing hoje é presidente do BRDE, posição estratégica. É um nome que pode ser lembrado com naturalidade na terceira maior cidade do estado. O fato de ter perdido para Mário Hildebrandt em 2020 é do jogo, faz parte do processo democrático.

Transição

Vamos sair de uma extremidade migrando para a outra. Em Itajaí, o quadro é bem diferente. A cidade disputa o título de maior economia de Santa Catarina. Nos últimos 42 anos, o município teve apenas quatro prefeitos: Arnaldo Schmitt Júnior, João Macagnan, Jandir Bellini e Volnei Morastoni.

Heptatlo

Os dois últimos cumpriram sete mandatos (quatro de Bellini e três de Morastoni). Com Volnei Morastoni encerrando a carreira, o MDB tenta criar uma solução nova. Muito embora não tenha nada a ver com o município, o partido está fazendo movimentações para encorpar a pré-candidatura do deputado federal Carlos Chiodini, que tem base em Jaraguá do Sul.

Oportunidade

Isso ilustra bem que a cidade portuária não criou novos líderes. Neste caso específico, no Manda Brasa, partido tradicionalíssimo em Itajaí.

A foto é de 2010, quando Pavan era governador em mandato-tampão e Ideli Salvatti estava em seu último ano como senadora / divulgação 

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