Os governos Jair Bolsonaro e Moisés da Silva completaram, esta semana, 60 dias. Dois meses.
Ainda é muito cedo para críticas ou avaliações mais aprofundadas. Normalmente, o prazo de carência a qualquer governo ser cobrado de forma mais veemente é de 180 dias.
Mas já é possível dar uma pincelada no que fizeram o presidente da República e o governador do Estado.
Na quinta-feira, Bolsonaro pisou na bola. Afirmou a jornalistas que poderá ceder em pontos importantes da Nova Previdência, reduzindo, por exemplo, a idade de 62 para 60 anos para aposentadoria das mulheres. Imediatamente, a Bolsa de São Paulo despencou dois pontos.
Essa tem sido uma tônico nesse comecinho de presidência do Capitão. Declarações que geram instabilidade; algumas questões bizarras de posicionamento na equipe; a falta de controle sobre o que fazem e falam os filhos; enfim, já houve várias situações que não se encaixam na liturgia do cargo.
Reforma da Previdência
No conjunto da obra, porém, Jair Bolsonaro lavrou um tento. Entregou ao Congresso Nacional uma ampla proposta de mudanças previdenciárias. Trata-se da prioridade absoluta do país. Não só para se fazer Justiça e reduzir privilégios, como também porque sem um novo sistema de Previdência, não há como o Brasil pensar na retomada do crescimento, da geração de empregos e oportunidades.
Time de primeira
Além disso, há que se reconhecer que a equipe do presidente é belíssima. Tirando uns dois ou três mais afetados, é um time competente, a começar pela Fazenda.
Claudicando
Por sua vez, Moisés da Silva não conseguiu encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto de reforma administrativa, uma de suas principais bandeiras de campanha. A rigor, o pacote estava pronto desde dezembro, mas já passa por ajustes. É fato que a gestão do Coronel-Bombeiros está patinando. Mas quando se fala em prazo de carência para cobranças, no caso de Moisés ele é ainda mais importante. O governador nunca havia ocupado um cargo eletivo.
Insegurança
Faz-se necessário dar um tempo a ele, embora os primeiros movimentos, de alguma maneira, sugiram preocupação aos catarinenses. A gestão começou em meio à polêmica das isenções fiscais, que está longe de um desfecho; e de declarações do próprio Moisés da Silva que o Estado pode quebrar e até atrasar salários. Postura desta natureza afugenta investidores, empresários e gera insegurança política e jurídica. Já foi criada até uma CPI do ICMS na Alesc.
Expectativa positiva
Agora, a expectativa e a torcida são para que esse momento claudicante possa ser substituído, ali adiante, por uma condução mais firme e assertiva por parte do governador.
Realidade
O prefeito de Nova Erechim, no extremo Oeste do Estado, Nédio Cassol (MDB), não só foi preso como também chegou a situação de absoluta humilhação ao sair da Delegacia e ser colocado no camburão, como qualquer outro criminoso, para ser enviado ao Presídio Regional de Chapecó. O emedebista é acusado de mal feitos com dinheiro público e extrapolou os limites ao tentar obstruir as investigações.
Brasil de todos
Tem sido praxe no Brasil. Políticos e empresários, de todos os calibres, indo passar uma temporada no xilindró.