Os dois grandes beneficiários a partir da desistência de Clésio Salvaro (PSDB), João Rodrigues (PSD) e Luciano Hang (que concorreria filiado ao PP), nesta ordem, de formarem uma nova tríplice aliança, atendem pelos nomes de senador Jorginho Mello e governador Moisés da Silva.
Jorginho porque continua onde tem estado nos últimos anos: único candidato do bolsonarismo em Santa Catarina. E Moisés porque pode tentar atrair os três partidos, PSDB, PP e PSD para seu espectro de influência. Isso se ele não fechar com o MDB. Vale registrar que onde o Manda Brasa estiver, o PP não estará.
Evidentemente que o senador do PL também tem entabulado conversações nas mais diversas frentes, visando a fortalecer seu projeto.
Virou chacota
Quanto à natimorta chapa que seria liderada pelo prefeito de Chapecó, ficou evidenciada uma articulação patética. Surgiram as conversas e o castelo de areia desmoronou em cerca de 10 dias, um recorde na história política catarinense. Tanto que vários memes circularam e circulam nas redes sociais a partir da enorme trapalhada.
Sem cabresto
O fato é que o grupo de João Rodrigues no PSD estava no governo Moisés e tentou enquadrar o governador em um projeto deles, uma espécie de cabresto político. Não funcionou. Ato contínuo, o time, inclusive, anunciou a saída da administração, presença personaficada pelo demissionário secretário da Casa Civil, Eron Giordani. Paralelamente, havia conversas destes pessedistas com o prefeito da Capital, Gean Loureiro.
Sem atropelos
Ocorre que Loureiro não costuma entrar em canoa furada e até topou que se construísse uma aliança tendo João Rodrigues no jogo. Desde, obviamente, que as posições na chapa não estivessem previamente definidas como queriam os pessedistas.
Colombo de volta
Isso tudo também abre caminho para o retorno, fortalecido, de Raimundo Colombo ao centro do tabuleiro. Ele deve se aproximar ainda mais do agora ex-prefeito da Capital, que pilota o União Brasil, partido que não tem capilaridade em Santa Catarina, mas tem generosos Fundos Partidário e Eleitoral. O ex-governador voltou a ser o nome do PSD para a majoritária.
Senado aberto
Quanto a Luciano Hang, se concorresse ao Senado, seria franco favorito, embora, ressalte-se, seria atacado em várias frentes. O anúncio de que continuará na vida privada e como ativista político abre a disputa estadual para a Câmara Alta. Neste ano, só há uma vaga em jogo, a do ainda senador Dário Berger.
Ensaio da vice
O grupo ligado à vice-governadora, Daniela Reinehr, rapidamente sinalizou que ela começou a receber apelos para candidatar-se à senadora. O maior entrave, no entanto, é a questão partidária. Ela é do PL, mesmo partido do candidato a governador do bolsonarismo em Santa Catarina. A menos que o partido não consiga aliados de peso, a vaga ao Senado é cobiçada e valorizada nas negociações com vistas à formação de alianças eleitorais.
Tapa na cara
Diga-se o que quiser do deputado Daniel Silveira, que aposta no estilo truculento, mas que ele é corajoso, isso é. Ao decidir dormir na Câmara dos Deputados, ele chamou o tirano déspota aprimorado, Alexandre de Moraes, para a briga não só com ele, mas como a Instituição Parlamento brasileiro. Moraes pensa que é o que? Que pode mandar prender e soltar conforme suas conveniências, sem o devido processo legal, sem prova de crimes, sem direito à defesa do acusado, tudo dentro de um processo que já nasceu ilegal? Já passou da hora de a sociedade reagir com mais veemência a tudo isso. Silveira está canalizando um sentimento latente na banda boa deste país.