Nesta quarta-feira, dia 29, um grupo de 20 industriais de Santa Catarina participou de encontro com os pré-candidatos à presidência da República: Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Simone Tebet. O pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva declinou do convite feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade que promoveu o evento em Brasília. Foram apresentadas as propostas do setor para o desenvolvimento do país. A comitiva catarinense é liderada pelo presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, e nesta quinta-feira, dia 30, participa do Encontro Nacional da Indústria, iniciativa que reunirá 1,2 mil dirigentes do setor.
Durante o encontro, Aguiar perguntou ao presidente Jair Bolsonaro como ele pretende promover uma política tributária e industrial que, efetivamente, promova o desenvolvimento sustentável do Brasil, respeitando o pacto federativo e o equilíbrio fiscal. “É reconhecido internacionalmente que a indústria é uma alavanca para o crescimento e o enriquecimento dos países, especialmente pelas oportunidades de desglobalização geradas pela pandemia e que podem ser maximizadas rapidamente. Entretanto, é preciso criar o ambiente e as condições favoráveis em relação à burocracia, impostos, investimentos, logística e infraestrutura. Há algumas semanas, o senhor anunciou a oportuna decisão de reinstituir o Ministério da Indústria e Comércio e confirmou isso hoje. E aqui tem um excelente fórum para ajudar a construir uma política industrial para o Brasil”, disse Aguiar, sob aplausos da plateia, ao dirigir sua pergunta a Bolsonaro.
Em sua resposta, Bolsonaro citou a redução do IPI como exemplo de medida para diminuir a carga tributária, diante do desafio de aprovar uma reforma ampla no Congresso Nacional. Também destacou a desoneração da folha de pagamento, que abrange 17 setores, mas adiantou que o governo estuda ampliá-la. Ainda em seu discurso, ele fez um balanço das principais ações do governo no enfrentamento à pandemia, como o auxílio emergencial, o Pronampe, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem), a Lei de Liberdade Econômica, a modernização de normas trabalhistas, além do leilão do 5G. Leia aqui a matéria completa
O Diálogo da Indústria com os pré-candidatos à Presidência da República teve como base 21 documentos que foram construídos a partir de sugestões de empresários, de dirigentes das federações estaduais e das associações nacionais setoriais da indústria. Os estudos tratam de temas importantes para melhorar o ambiente de negócios e para incentivar os investimentos. Entre eles destacam-se: política industrial, infraestrutura, tributação, educação, meio ambiente e eficiência do Estado. “Vamos discutir os rumos do Brasil nos próximos quatro anos. Nosso objetivo é contribuir para aprofundar o debate eleitoral e para a consolidação de um país mais próspero”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Leia aqui a matéria completa
Simone Tebet abriu o encontro e defendeu a livre iniciativa e parcerias com o setor privado em diversas frentes, como nos investimentos em logística e em infraestrutura de transportes, por exemplo. Também destacou a necessidade de ter um marco regulatório claro, transparente e desburocratizado. “Só no setor de logística temos 23 projetos considerados prioritários em ferrovias, capazes de transformar o país”, declarou, lembrando que investimentos na área podem reduzir os custos de quem precisa escoar a produção. Ela também falou sobre a importância do tema sustentabilidade e disse que tanto a indústria quanto o agronegócio estão preocupados com o tema e têm boas práticas. Leia aqui a matéria completa
Ciro Gomes, que participou de forma virtual, disse que o Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento, defendeu uma nova política industrial de comércio exterior e mudanças no sistema tributário. “As condições de empreender, produzir e ter uma indústria são intrinsecamente nacionais”, disse. Ele salientou ainda que “sem a liderança de uma indústria de transformação poderosa, que é base para a passagem para a economia do conhecimento, não existe desenvolvimento”. Criticou ainda as taxas de juros elevadas, por desestimularem a atividade produtiva.
foto>Fiesc, divulgação