A interinidade e as eleições
Santa Catarina tem novo governador. Moacir Sopelsa é o nome dele. Nesta terça-feira, 6, ele está completando 76 anos. Ficará no governo, em princípio, até 3 de outubro, um dia após o primeiro turno do pleito deste ano.
Sopelsa, emedebista de cruz na testa, assumiu no sábado, 3 de setembro. Ficou estabelecido o seguinte: caso Moisés da Silva carimbe o passaporte para o segundo turno da eleição estadual, Sopelsa ganhará mais 30 dias no comando da máquina estadual. Na eventualidade do atual inquilino da Casa d’Agronômica ficar fora do round decisivo, a interinidade de Sopelsa estará restrita a este mês que já está correndo.
Além de inúmeras autoridades, chamou a atenção a presença do candidato a vice-governador de Moisés, Udo Döhler; e do ex-governador Leonel Pavan, dissidente tucano que não fechou com Esperidião Amin e está com o governador.
Ratinho no circuito
Chegou o informe inclusive de que o comunicador Ratinho, que dentre outros negócio é proprietário da cadeia de rádios Massa, teria feito um apelo a Pavan para permanecer na campanha do atual chefe do Executivo.
Comunicação
O Ratinho em questão é o pai, o apresentador de TV e empresário e não Ratinho Junior, o atual governador do Paraná. Ele é do PSD, legenda que em Santa Catarina fechou com Gean Loureiro (UB). Por isso a movimentação em favor de Moisés ficou restrita ao Ratinho comunicador.
Amassando os adversários
Aliás, o filho governador tem a perspectiva de liquidar a futura no estado vizinho já no primeiro turno. Ele e Moises da Silva, registre-se, mantêm excelente relação.
Carimbo de aprovação
O trio de governadores sulistas, vale lembrar, tenta a reeleição embora o gaúcho Eduardo Leite tenha feito um caminho diferente, renunciando lá em março para tentar emplacar uma candidatura presidencial. O projeto naufragou. Não só o de Leite, mas o do PSDB, que está a reboque nestas eleições.
Trucando
Essa movimentação do governador, entregando o governo ao MDB, contrariou o marqueteiro de campanha. Mas foi a forma que Moisés encontrou para tentar atrair, efetivamente, o maior partido do estado à sua campanha de reeleição. Até aqui, não há nem a aderência de prefeitos e de deputados.
Fazendo contas
Apesar dos vultosos recursos liberados para as prefeituras do MDB, as lideranças estão, no final das contas, cuidando de seus próprios projetos (caso sobretudo dos parlamentares do MDB).
Fator Sopelsa
Com Sopelsa na proa do estado, o governador avalia que pode efetivamente trazer a turma do Manda Brasa ao jogo. Essa é a hora. Faltam menos de 30 dias para o primeiro turno. É agora ou nunca!
Estagnado
Talvez por tudo isso que o nome de Moisés não tenha deslanchado. Patina nas pesquisas internas de intenção de voto.
Agora serve
A mobilização, que já parece ir para o caminho do desespero, chegou ao ponto de Udo Döhler fazer um apelo a Antídio LUnelli para que ele suba no palanque da aliança.
Cuidando da vida
Agora candidato a deputado estadual, o empresário de Jaraguá do Sul muito provavelmente não irá atender este tipo de apelo depois de todas as traições internas e externas das quais foi alvo neste 2022.
Memória
Lembremos que ele renunciou à prefeitura de Jaraguá do Sul e foi homologado pré-candidato ao governo nas prévias após a desistência dos outros postulantes internos.
Recuo estratégico
Antídio Lunelli também praticou o gesto, recuando e aceitando ser vice do governador que, num movimento surreal, foi a público rejeitar o nome dele para a composição da chapa. Com apoio de deputados e prefeitos, Udo Döhler, que era próximo de Antídio, foi para a convenção e conquistou o direito de ser vice do atual mandatário estadual.
Festival
Até o resultado, o distinto público assistiu um verdadeiro festival de puxadas de tapete na direção de Antídio Lunelli. E agora querem ele no palanque? Convenhamos. Se o candidato a deputado não servia para ser vice agora serve para puxar votos à dupla Moisés/Udo?
Com Bolsonaro
Ao que tudo indica, o jaraguaense seguirá cuidando de sua campanha e pedindo votos para Jair Bolsonaro, com quem tem bom trânsito.
Tudo ou nada
Moisés da Silva, efetivamente, deu sua última cartada para tentar engajar as bases do MDB na eleição. Da forma como a aliança foi construída, contudo, essa possibilidade é uma grande, gigantesca, incógnita.