Blog do Prisco
Manchete

Contra o tempo

A segunda-feira foi longa para a os dois candidatos que disputam a presidência da República. Bolsonaro e Lula da Silva tiveram o dia de reuniões, avaliações e contatos os mais variados.
O petista articula para atrair o PSDB, que apoiou Simone Tebet (MDB) junto com o Cidadania, legenda federada com os tucanos.
Estes três partidos vão caminhar em que direção? O cearense Tasso Jereisatti, ainda um dos líderes nacionais da sigla emplumada, já declarou que vai de ex-lulinha paz e amor.
Eduardo Leite, também tucano, chegou ao segundo turno no Rio Grande do Sul, suplantando o petista Edegar Pretto por apenas 2,5 mil votos. Ele deseja o respaldo vermelho no round decisivo contra o ex-ministro Onyx Lorenzoni.
Também há outra tucana no segundo turno de Pernambuco. É Raquel Lira, que disputa o governo local contra Marília Arraes, do Solidariedade. O candidato “oficial” da esquerda, Daniel Cabral (PSB), ficou fora do turno final.

Muro

Lula da Silva está sendo aconselhado a manter neutralidade tanto em Pernambuco como no vizinho mais ao Sul para não atrapalhar o PSDB nestas duas unidades importantes da federação. Seria a moeda de troca para o respaldo formal do tucanato ao ex-presidente.

Ciro lá

O PDT deve confirmar que estará ao lado do postulante petista. Ciro Gomes, que bateu e muito em Lula, já sinalizou que deve acompanhar o movimento do partido. Vão tentar dar uma roupagem mais de centro ao ex-presidente, que fundou e comanda um partido onde há várias correntes de extrema esquerda.

Outras frentes

Bolsonaro, a seu turno, também já está se mexendo na direção de buscar novos apoiadores. Senador eleito por Santa Catarina, Jorge Seif, derrubou a agenda e rumou a Brasília já na segunda-feira. Assim como os demais senadores eleitos ligados ao ex-presidente. São pelo menos 15 nomes.

Fecha a conta

O presidente da República, aliás, fez barba, cabelo e bigode no que tange à eleição de deputados e senadores.
O Congresso Nacional que assumirá em 2023 será o mais conservador desde a redemocratização deste país.

Histórico

O PL fez as maiores bancadas nas duas Casas Legislativas. São 99 deputados eleitos e agora conta com 13 senadores.

Bolsomoro

Bolsonaro recebeu mais boas novas já no começo da semana. Sérgio Moro, senador eleito pelo Paraná, ligou para o presidente. Se cumprimentaram e estarão juntos no segundo turno. Moro foi ministro da Justiça no começo da atual gestão. Saiu de maneira turbulenta e brigado com o presidente, arestas que agora ficaram para trás. Pelo menos momentaneamente. Moro pegou carona no bolsonarismo na reta final da campanha, fato determinante para sua vitória no território paranaense.

Contra o PT

Reeleito em Minas Gerais, Romeu Zema, além de apoiar deixou claro que deve arregaçar as mangas em favor de Bolsonaro junto ao eleitorado mineiro.

Arrumou a casa

Vale lembrar que o político do Novo pegou um estado quebrado depois da gestão corrupta de Fernando Pimentel. Colocou a casa em ordem e botou o PT pra correr. O partido sequer disputou o pleito mineiro. Apoiou outra figurinha subterrânea, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kahlil, do PSD.

Território

Considerando-se os estados do Sul, Sudeste e Centro Oeste, o presidente da República só perdeu para Lula da Silva em Minas Gerais. Ali, o ex-mito fez 500 mil votos de vantagem.
Zema, que já surge no horizonte como possível nome para a eleição presidencial de 2026, se mergulhar de cabeça na campanha pode virar o jogo em Minas. E Bolsonaro fecharia o Sudeste.

Tempo urge

São articulações que andam a todo vapor. O segundo turno é dia 30 de outubro.
Em troca, Romeu Zema pede atenção às demandas mais urgentes de seu estado, que agora está saneado.

Senado

Olhando para o Nordeste, vemos que Jair Bolsonaro conseguiu ajudar na eleição de Rogério Marinho ao Senado. Como se trata de um personagem muito articulado, ele já surge como o nome preferido de Bolsonaro para a presidência do Senado na sucessão do mineiro Rodrigo Pacheco.

Câmara

Na Câmara, as articulações caminham na direção da reeleição de Arthur Lira. As eleições no Legislativo nacional serão em fevereiro, mas as negociações de bastidores ocorrem agora tendo em vista o segundo turno presidencial. O tempo é curto. Serão dias intensos e eletrizantes.