Blog do Prisco
Manchete

Bolsonaro na oposição

Diante da manifestação sucinta, objetiva e nada aprofundada de Jair Bolsonaro quanto ao resultado das eleições, depreende-se claramente que ele não pretende jogar a toalha considerando-se o próximo embate de 2026.
Ao natural, o raciocínio seria o seguinte: Tarcísio de Freitas, lançado por Bolsonaro, conquistou o principal estado do país, São Paulo, a locomotiva econômica do Brasil. Seria nome certo para o próximo pleito nacional.
O outro é o de Romeu Zema, eleito no primeiro turno em Minas Gerais, onde conseguiu aniquilar politicamente o PT.
Poderíamos ter a reedição da tradicional política Café com Leite, que dominou a política nacional nas primeiras décadas do Século passado, reunindo Tarcísio e Zema numa mesma chapa. São Paulo e Minas são as duas grandes potências estaduais da nação.

PL banca

Mas não. Jair Bolsonaro vai ter todo o tempo do mundo para, fixando-se em Brasília, bancado pelo PL, seu partido, com estrutura, logística e salário, se preparar não apenas para 2026, mas também já visando o pleito municipal de 2024, que é uma prévia da próxima eleição nacional.

Tripé

Outro detalhe: seus três filhos seguem com mandatos: Flávio é senador, Eduardo é deputado federal e Carlos, o Carluxo, é vereador e pode até ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro.

Estratégia

Jair Bolsonaro chegou à Presidência da República, no embalo da onda anti-Lula e anti-PT, usando muito as redes sociais sob orientação de Carlos Bolsonaro.

Ele, não

A mídia nunca deu espaço e tratamento adequados ao governo Bolsnoaro. Nos quatro anos de mandato, foi um verdadeiro bombardeio do consórcio da velha, velhaca, carcomida e desacreditada grande mídia de extrema esquerda. A começar pelas organizações Globo. Sempre se apegando a aspectos pessoais e ignorando os êxitos administrativos, que recolocaram o país nos trilhos. Mas isso nunca importou, importava derrubar o presidente a qualquer preço.

Raízes

De modo que Jair Bolsonaro vai querer se apresentar como o grande líder de oposição. Até porque o seu PL fez 101 deputados federais, a maior bancada, assim como no Senado, onde os liberais também fizeram o maior número de eleitos.

PL Legislativo

Arthur Lira, do PP, deve renovar o mandato à frente da Câmara, mas com compromisso que na sua sucessão será eleito um deputado do PL. No Senado, Rodrigo Pacheco, que fez o joguete da organização que está voltando ao poder, salvo engano, não ficará no comando. Será substituído por um representante do PL.

Massa indignada

Não custa lembrar que, apesar dos pedidos descabidos de intervenção militar, contragolpe e etc, o povo foi às ruas em massa novamente para protestar.

Combate à seita

Bolsonaro terá tempo e estrutura para percorrer o país e usar as redes sociais para fazer o contraponto aos lulofanáticos. Bolsonaro é persistente, tem tenacidade.

Ambiente complicado

O presidente eleito, que ganhou o pleito com pouco mais de 2 milhões de votos, não terá vida fácil. Sem dúvida poderá formar maioria no Congresso, mas não deve ser uma base bovinamente fiel e sólida. O ex-mito terá que negociar projeto a projeto. Como assinalou o vice-presidente e senador eleito, entre os votantes de Bolsonaro e os que se abstiveram, 96 milhões de eleitores não votaram no líder petista.

Mão na cumbuca
Sem contar que malfeitos de toda sorte com o dinheiro público, como ocorreu nos seus dois governos anteriores, não serão tolerados. O recado, claro e explícito, já foi dado logo após o 2 de outubro.

foto>Isac Nóbrega/PR. divulgação