Outros tempos, Lula!
Para quem estranhou a advertência do notório Renan Calheiros, um dos expoentes do que há de pior na política brasileira, sobre a tal PEC da Transição, que se fosse proposta pelo atual governo seria alcunhada de PEC da implosão ou da picanha, a explicação é simples: a experiente dupla Lula da Silva e Geraldo Alckmin cometeu o primeiro erro político. Bem antes de assumirem os cargos. Antes da largada, portanto.
Renan classificou a proposta de “barbeiragem.” O refinado alagoano conhece como poucos o Congresso Nacional e sabe como ninguém que hoje a Câmara e o Senado são muito mais independentes e concentram bem mais poder do que quando o ex-mito estava à frente do Poder Executivo.
A tal PEC para torrar R$ 200 bilhões a mais no Orçamento, furando o teto de gastos, era tudo o que a turma do Centrão, comandada por Arthur Lira, queria.
Jogo bruto
O presidente da Câmara, filiado ao PP, quer se manter na ribalta e no cargo. Com o apoio do PT. A proposta cai como uma luva para ele negociar sua recondução em troca do estupro orçamentário desejado por Lula e Alckmin. Os eleitos pretendem com isso cumprir as promessas de campanha, aquele belo plano de governo de picanha e cerveja.
Imperadores
Irado por não ter recebido o respaldo do centrão na campanha eleitoral, Lula chegou a chamar Lira de “imperador do Japão.”
Corte duplo
Nesta terça, os dois tinham agendada uma reunião para acertar os ponteiros. Se der certo, Lira permanecerá pilotando as emendas de relator ao Orçamento (aquilo que a mídia bovina e servil chamou de orçamento secreto) e o petista quer sinal verde para mandar picanha, cerveja e auxílio de 600 para milhões de pessoas. Se vão chegar, aí é outra história.
Nas ruas
Internamente, o PT já viu como pode enfrentar resistência feroz nas ruas no Brasil da terceira década do Século 21.
Tendência
Imaginem se o combo prometido na campanha começar a atrasar, a popularidade do ex-tudo petista tenderia a chegar a níveis históricos. Pra baixo.
Cenários
Outro aspecto diametralmente oposto em relação à posse de Lula I, lá em 2003, há quase 20 anos. O contexto externo, à época, já indicava que o mundo viveria um período de prosperidade e relativa tranquilidade.
Nova Ordem
Atualmente, além de o planeta ainda estar sentindo (e vai sentir por muito tempo) os efeitos da Pandemia de Covid-19, o cenário aponta para o recrudescimento da guerra na Europa, além dos claros sinais de que a China pretende passar à nova fase de seu imperialismo, agora com armas em punho e muita munição nas mãos.
Bem-vindo ao Século 21, Lula.
Em tempo
Enquanto o Brasil ruma para o socialismo companheiro, os argentinos parece que vão buscar outro caminho em breve. Uma pesquisa divulgada no domingo pelo Instituto Zubán Córdoba mostra que os Hermanos endireitando.
Conforme o que foi divulgado, para cada argentino de esquerda há dois de direita, em suas distintas variações.