Na coluna de ontem, abordamos o nível do colegiado que Lula da Silva está formando. A ficha corrida do primeiro escalão é escandalosa. E preocupa a banda boa deste país.
Em Santa Catarina, o governador diplomado, Jorginho Mello, vem numa toada bem diferente. Até aqui não houve nenhuma convocação feita pelo liberal que não tivesse causado boa impressão. A maior parte do secretariado é de pessoas mais qualificadas. E fichas limpas!
Evidentemente que o governador diplomado também trouxe figuras próximas a ele, mas sem grandes problemas ou rejeições. Pelo contrário.
Mas o catarinense também precisa fechar sua equipe, o que ainda não ocorreu. Assim como Lula da Silva, Jorginho corre contra o tempo. E aí entra a parte política, sobretudo no contexto da Mesa da Assembleia Legislativa que será eleita no comecinho de fevereiro.
Embaralhado
O governador precisa acertar o baralho. Vai para uma disputa contra o MDB e outros blocos já formados na Alesc para começar o governo numa situação de esgarçamento com o Legislativo estadual ou vai recuar e o PL comporá numa grande mesa eclética?
Ponto crucial
Essa é a questão principal no cenário catarinense. Isso passa pela complementação do colegiado e muito provavelmente também pela presidência da Celesc e pelo controle da Secretaria de Infraestrutura ou outra nomenclatura que a poderosa pasta venha a ter. Estas duas joias da coroa estadual deverão estar no centro das negociações visando a este grande entendimento.
Mesclado
Caso seja este o encaminhamento, significará que Jorginho Mello estará politizando parte de seu secretariado para ajeitar o quadro geral da política estadual do pós-eleição. Até porque qualquer governo depende do respaldo do Legislativo e não apenas do simples apoio. É estratégico e fundamental a construção de uma bancada majoritária que lhe dê sustentação política.
Histórico
Foi o que ocorreu nos 16 anos compreendidos entre 2002 e 2018, período dos mandatos de Luiz Henrique da Silveira, mais os mandatos-tampões de Leonel Pavan e Eduardo Moreira; e mais o período de Raimundo Colombo.
Burros n’água
Moisés da Silva quis fazer diferente (não vamos entrar aqui no mérito de suas intenções), mas sem qualquer encaminhamento estratégico e político. O ainda governador se deu muito mal. Enfrentou dois pesados processos de impeachment. E por muito pouco não foi degolado pelo grupo que agora já se organiza para fazer forte oposição a Jorginho Mello.
Consolidação
A conferir a condução e o desfecho da estreia do governador diplomado daqui até fevereiro. Hoje, Jorginho Mello é o maior líder político do Estado. Precisa dar os passos certos para confirmar e consolidar esta condição.