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Manchete

A disputa pelo comando do Republicanos

Moisés da silva entrou para a política praticamente por acaso em 2018, quando era fiel escudeiro de Lucas Esmeraldino. Foi o jovem vereador de Tubarão  que o trouxe para ser o tesoureiro do falecido PSL-SC.

As famílias eram amigas e muito próximas desde sempre na Cidade Azul do Sul do estado. Como Moisés já estava na reserva, ele aceitou a função para poiar o projeto de Esmeraldino.

Lucas Esmeraldino, não custa lembrar, deu palanque a Jair Bolsonaro em Santa Catarina no pleito de 2018. Moisés, sem autorização do ex-presidente, acabou se elegendo e Esmeraldino por 18 mil votos não virou senador.

Pois muito bem. Moisés governador nomeou Lucas Esmeraldino para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. E o jovem líder permaneceu como presidente do PSL.

Nesse momento, Moisés garantiu a Esmeraldino que ele permaneceria por todo o governo na pasta do Desenvolvimento Econômico e paralelamente pilotando o partido.

A história mostra que não foi isso o que ocorreu. O ex-governador não cumpriu sua palavra.

Pouco mais de um ano da posse deles, Lucas Esmeraldino desembarcou do Desenvolvimento Econômico e foi nomeado secretário de Articulação Nacional. Em Brasília.

Um pouco antes do primeiro pedido de impeachment, Moisés pediu para Esmeraldino deixar a presidência do PSL, abrindo para o então deputado federal Fábio Schiochet. Esse movimento brusco teve relação com o péssimo momento que Moisés vivia com a Alesc.

Agora em 2022, Moisés havia deixado Lucas à vontade para disputar o cargo que quisesse. O tubaronense se preparou para concorrer a deputado estadual. Na undécima hora, Moisés da Silva pediu para ele concorrer a federal.

Ele assentiu, mas sabia da dificuldade de chegar à Câmara dos Deputados. O então governador prometeu que ajudaria Esmeraldino na campanha. O que também não aconteceu. No frigir dos ovos, o ex-vereador de Tubarão sentiu-se traído em quatro momentos-chave da política estadual nestes últimos quatro anos.

Não bastasse tudo isso, assim que Moisés da Silva soube que o ex-aliado articulava para assumir a presidência do Republicanos, que também foi o partido escolhido pelo ex-governador, ele entrou no circuito para atrapalhar os planos do tubaronense. A partir da reeleição do deputado Sérgio Mota, Esmeraldino começou a se apresentar como nome para pilotar a sigla.

Neste contexto, Moisés foi a Brasília e reivindicou junto ao presidente nacional do Republicanos, Márcio Pereira, o comando estadual da legenda.

Foi a quinta bola nas costas de Lucas Esmeraldino patrocinada por Moisés da Silva. Nas próprias fileiras do Republicanos, e até fora do partido, o sentimento é que o ex-governador não tem qualquer perfil ou cacoete para a política.

Tanto é verdade que não chegou ao segundo turno. Considerando-se os 26 estados da federação e o Distrito Federal, tivemos a reeleição de mais de uma dúzia de governador e mais meia dúzia que chegaram ao segundo turno.

Só houve dois casos em 2022 de mandatários estaduais que não chegaram ao round final do pleito. Rodrigo Garcia, que não foi eleito governador de São Paulo, era vice de João Doria, e o próprio Moisés da Silva.

Oras, depois de todos os erros que ele cometeu, tendo sofrido dois processos de impeachment, qual o apelo para Moisés ser o presidente do Republicanos? Ainda mais sem qualquer estrutura à disposição. Será que o Bombeiro aposentado vai pegar seu próprio carro e sair pelo estado construindo o partido?

A resposta parece óbvia.

foto>Marcos Pereira, Moisés e Ségio Motta

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