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Manchete

Ainda os rescaldos de 2022

Uma curiosidade: nas eleições do ano passado, nenhum deputado federal foi eleito sob o patrocínio de um prefeito catarinense. Nem mesmo aqueles gestores de grandes cidades. Alguns alcaides envolvidos na disputa, registre-se, vêm desfrutando de altos índices de aprovação em suas administrações.
A regra da não-eleição dos federais vale para os mandatários de Joinville, Florianópolis, Chapecó, Blumenau, Criciúma, Lages e por aí vai. Ninguém viu um aliado voar para o Distrito Federal neste ano santo e não-eleitoral de 2023.
Desde 2018, Santa Catarina é um estado essencialmente bolsonarista. Naquele ano, Jair Bolsonaro fez por aqui, no primeiro turno, a maior votação proporcional do país.
No segundo round, o Estado perdeu apenas para o pequenino Acre no quesito descarregar votos no ex-presidente. Em 2022, a onda se assemelhou nas divisas catarinenses. Bolsonaro não repetiu a mesma votação sob o aspecto percentual, mas chegou muito próximo ao que tinha conquistado em 18.

Fifty Fifty

Das 16 vagas federais que cabem a Santa Catarina na Câmara dos Deputados, oito delas foram preenchidas como resultado da polarização do pleito de 2022, ou seja, entre bolsonaristas e petistas.

Desproporção

Seis deputados foram eleitos pelo PL e dois pelo PT. Sobraram, então, outras oito cadeiras, que ficaram naquele preenchimento normal, natural, fora da queda-de-braço entre os dois presidenciáveis que chegaram ao segundo turno no ano passado.

Marca

Até nisso Santa Catarina acaba se diferenciando dos demais estados. Também ocorreu essa divisão em outras unidades federadas, mas não de forma tão acentuada como no território catarinense.

Espelho

Na Assembleia Legislativa, aliás, a toada foi parecida. Foram eleitos 11 deputados liberais e quatro petistas entre as 40 vagas. É mais um ingrediente de leitura político-partidária sob a ótica do rescaldo eleitoral de 2022.

Dois polos

Vale uma outra apreciação neste contexto. No ano que vem, teremos nova rodada de eleições municipais. Considerando-se os maiores municípios do Estado, em apenas dois deles os atuais prefeitos, em tese, não poderão concorrer novamente: Mário Hildebrandt, de Blumenau, e Clésio Salvaro, de Criciúma.

Pé na estrada

O que chama a atenção é que depois do Carnaval estes dois mandatários municipais, na chegada das águas de março, devem circular por todo o estado buscando um progressivo quadro de estadualização dos respectivos nomes.

Olho do dono

Evidentemente que eles não vão descuidar de suas respectivas gestões em Blumenau e Criciúma. Os dois foram os mais bem votados no pleito de 2022 entre as cidades catarinenses mais populosas. Máro e Clésio podem se colocar como alternativas para a majoritária em 2026. Seja para encabeçar chapa ou mesmo para compor numa frente partidária.

Quarteto

Naquele ano, teremos quatro vagas na majoritária estadual. Serão dois os eleitos ao Senado. Esperidião Amin (PP) completará seu segundo mandato de senador. Ele chegou lá em 2018 junto com Jorginho Mello (PL). Ivete Appel da Silveira, que era a primeira suplente do liberal, também estará completando o mandato que pertenceu ao governador.

Fio da meada

É nisso que estão a apostar Salvaro e Hildenrandt, representando o Vale do Itajaí e o Sul do Estado. O Vale, convém lembrar, é o maior colégio eleitoral de Santa Catarina, suplantado o Norte, a Grande Florianópolis e o Grande Oeste.

Olho neles

São dois nomes a serem observados. Além de não descuidarem de seus mandatos, buscando esta estadualização, Mário e Clésio já se articulam para emplacarem seus respectivos sucessores em Blumenau e Criciúma.

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