Vem aí a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), referente ao vandalismo registrado em Brasília em 8 de janeiro. Foi viabilizada no final da tarde de sexta-feira, quando a proposta alcançou 171 assinaturas dos 513 deputados federais e 27 dos 81 senadores. É questão de dias para ela se tornar realidade.
Ulysses Guimarães sempre dizia. CPI é instrumento da oposição, que, aliás, tem todo o direito de levar adiante este instrumento quando necessário. É o caso do nebuloso 8 de janeiro.
O governo Lula e outras frentes de apoio ao lulopetismo se mobilizaram para evitar a CPMI. Qual o problema, já que o ocorrido foi chamado de golpe e os envolvidos de golpistas? Estranho, não?
Outro fato que chama a atenção é que, por enquanto, só estão presos aqueles bolsonaristas que ficaram diante do quartel general do Exército em Brasília. Muitos nem participaram dos atos de vandalismo. E aqueles que eventualmente possam ter responsabilidade nisso, que sejam enquadrados.
Quem, cara-pálida?
O que se sabe é que muita gente chegou antes dos bolsonaristas ao STF, por exemplo, além do Planalto e do Congresso, prédios que foram depredados. Quantos destes foram presos? E as imagens? Por que o governo resolveu colocar segredo sobre determinadas fotos e filmagens, só liberando algumas editadas?
O império da mentira
Por que o governo e tantos outros fizeram de tudo para a comissão não fosse viabilizada?
Até mesmo os advogados dos detidos só podem ter acesso aos clientes com autorização de Alexandre de Moraes. Que além de delegado de polícia agora passou também à condição de administrador de presídio.
Celerados
Os detidos estão incomunicáveis e só poderão ser liberados da prisão preventiva por ordem do ministro. Tudo está muito estranho. A CPMI chega em boa hora. Vamos colocar tudo à luz do dia.
Blablablá
A Polícia Federal e o Ministério Público ficam só nessa narrativa vendida a meios de comunicação, velhacos e tendenciosos, que fazem o jogo do status quo, mantendo as mentiras convenientes como doces verdades aos olhos da Organização, auxiliando no aparelhamento da máquina pública.
Marcados
Dos 19 catarinenses com assento no Congresso Nacional, apenas quatro não se posicionaram pela abertura da CPMI. Mas há uma vírgula aí. Onze deputados e os três senadores subscreveram o pedido de pronto. Um deles, Jorge Goetten, do PL, só respaldou a iniciativa após alcançadas as 171 assinaturas. Deixou muito claro que já está fazendo o jogo do lulopetismo e calcinou o filme com os colegas do PL.
Ah tá
O argumento usado por Jorge Goetten é pífio. Antes de assinar, o parlamentar já havia declarado que era contra a investigação. Só subscreveu o texto para seguir a orientação do partido. É uma fala sem nexo. O deputado já conseguiu estar em total falta de sintonia com a bancada do partido em Santa Catarina Certamente, vai ser escanteado no grupo.
Fieis
Os dois do PT, Ana Paula Lima e Pedro Uczai, obviamente não apoiaram a iniciativa. Saltou aos olhos o comportamento de dois emedebistas. Carlos Chiodini, presidente estadual do MDB, e Valdir Cobalchini. Dos três federais do Manda Brasa, somente Rafael Pezenti assinou. Bem se vê que ele segue a escola do seu mentor, o ex-deputado Rogério Peninha Mendonça.
foto>Marcelo Camargo, Ag. Brasil