A mensagem dos 26 da Alesc
Completou-se o primeiro mês da eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Tivemos a composição de uma mesa eclética. Sem a presença do PP, isso porque, lá atrás, o partido, apoiado pela bancada do PL, lançou o nome de Zé Milton para a presidência da Casa.
O grupo ficou no limite de 14 parlamentares: os 11 do PL e os três do PP. Assim que se consolidou esse encaminhamento, os outros 26 deputados fecharam-se em torno de Mauro de Nadal (MDB), distribuídos em quatro blocos.
Nem os liberais, nem os progressistas, nem o governo Jorginho Mello conseguiram romper a unidade dos 26 a partir de então.
Na undécima hora, na véspera da eleição, o PL entregou os pontos e pediu participação no processo, indicando o primeiro-vice. O primeiro nome não foi aceito. Era Ana Campagnolo. O PL teve que trocar o candidato a vice. A vez foi de Mauríco Eskudlark.
Canhotos
Isso porque as bancadas de esquerda foram convencidas de que era importante por se tratar do início do governo Jorginho Mello. Seria fundamental o PL estar na composição da Mesa. Até para que o partido pudesse estar depois na composição das comissões técnicas, como ocorreu.
Não preside nenhuma importante, mas participa.
Gesto
O grupo dos 26 praticou o gesto. A convivência neste primeiro mês tem sido boa entre o Legislativo e o Executivo. Tanto é assim que o MDB e o PP estão integrando o colegiado da administração estadual.
Sem sustos
Independentemente disso, a reforma administrativa que será aprovada sem problemas pela Alesc, talvez com pequenos ajustes, mas sem sobressaltos, como tem sido a prática nos governos mais recentes. É a tolerância em relação a todo início de gestão.
Alerta
Registrou-se, contudo, um fato, nas últimas horas, que chamou a atenção. Uma reunião entre estes 26 deputados, que lá atras já estavam com Mauro de Nadal, e que obrigaram o PL a compor. Eskudlark está tendo boa convivência com os demais da Mesa.
Marco temporal
Só que a reunião realizada pelos 26 ao se completar um mês de legislatura foi uma clara sinalização ao governo e ao PL. Na linha de que querem continuar convivendo bem, em sintonia e coesão. Estão, porém, vigilantes, unidos e atentos.
Duas frentes
De modo que o governo e o PL precisam compreender que, mesmo o MDB e o PP estando no secretariado, no contexto deste colegiado de 26 parlamentares há deputados de situação e de oposição.
Sinal amarelo
É uma situação emblemática. O governo precisa prestar muita atenção no relacionamento com a Alesc. O número de 26 é quase o ideal para um governo ter uma base consolidada no Parlamento estadual. O número mágico são 27. Nesta matemática, a oposição já conseguiria 14 votos para se abrir, por exemplo, uma CPI.
Raposas
Foi assim nos governos Luiz Henrique da Silveira e Raimundo Colombo. Moisés, por ser neófito, enfrentou uma série de sobressaltos e teve que se livrar de dois processos de impedimento.
Decifrando
A reunião e a coesão do grupo não se trata de uma ameaça, mas de uma demonstração de que estão atentos e consolidados em sua atuação tanto no Parlamento quanto em relação ao governo.