Blog do Prisco
Manchete

Momento de reavaliações

Foto: Senado Federal

Na terça-feira, o diretório nacional do Progressistas (PP) realizou uma reunião virtual, comandada por Ciro Nogueira, presidente da sigla, e secretariada por Aldo Rosa, que ocupa o estratégico cargo de secretário geral do partido há muitos anos.

Apenas uma chapa foi inscrita, e tanto Ciro Nogueira quanto Aldo Rosa foram reconduzidos aos cargos que já ocupavam. Vários vice-presidentes foram eleitos, representando diversos estados. De Santa Catarina o senador Esperidião Amin e a ex-deputada Ângela Amin. Além do casal Amin, também foram escolhidos outros catarinenses, com destaque para o ex-deputado estadual e federal Leodegar Tiskoski como primeiro tesoureiro. Também, como membros, prefeito afastado de Tubarão, Joares Ponticelli, o atual secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Jorginho Mello, Silvio Dreveck, ex-presidente da Assembleia e presidente do PP catarinense.

PP minguou

O PP catarinense mereceu espaços generosos deixando muito claro o seu protagonismo no contexto nacional. Agora é forçoso reconhecer que o PP vem perdendo musculatura tanto no âmbito nacional quanto no estadual, especialmente em Santa Catarina, onde o Partido Liberal (PL) vem crescendo e ganhando espaço. Com a filiação de Jair Bolsonaro o PL cresceu muito, elegendo 99 deputados federais, 14 senadores e alguns governadores. O PP minguou, desidratou. Mas ainda é um partido a ser considerado. Está entre os maiores de Santa Catarina.

Já o PL, não

O PL se fortaleceu muito em Santa Catarina com a eleição de Jorginho Mello ao governo do Estado, mais a vice, também com 11 deputados estaduais, seis federais e ainda Jorge Seif no Senado. São 20 mandatos. Com o governo na mão, se organizando, fazendo política, pretendem eleger pelo menos uma centena de prefeitos. Se elegerem 60 ou 70, disputarão a liderança com o MDB que é muito forte e controla 99 municípios catarinenses.

Fusão

Com o fortalecimento do PL, o PP enfraquece ainda mais. Tanto é que Jorginho Mello vai tentar trazer o PP para o seu lado. Quem sabe até, no futuro, especula-se no plano nacional, uma fusão entre PP e PL. Isso resultaria num partido muito forte tanto no Brasil quanto em Santa Catarina.

Grande líder

Em Santa Catarina, Esperidião Amin é o grande líder, muito embora esteja caminhando para o seu último mandato e a segunda metade do mandato de senador para o qual foi eleito em 2018. Na Assembleia, são apenas três estaduais, não fez nenhum federal. Prefeitos, a cada eleição, vêm perdendo espaço, também entre os vice-prefeitos e vereadores. Então, a perspectiva, a possibilidade de uma fusão, não pode ser descartada, ou quem sabe até uma federação, assim como já temos aí PSDB com Cidadania, PT com PV e PSOL. O PP ameaçou aí uma fusão com União Brasil, acabou não dando certo, morreu na casca, mas o PP sabe que precisa buscar um caminho, porque no ritmo que as coisas vão caminhando, a tendência é pelo desaparecimento.

MDB também derretendo

Outro partido também que perde consistência a olhos vistos, é o próprio MDB, já foi o maior partido do Brasil e de Santa Catarina, mas que, aqui no estado, em 2018, ficou pela primeira vez fora do segundo turno ao governo. Em 2022, nem lançou candidato, apenas o vice, e Moisés igualmente não chegou ao segundo turno. Então, o MDB também precisa ser repensado pelos seus líderes.

Reavaliando geral

PSDB precisa ser repensado. O PT tem sua base, muito embora aqui em Santa Catarina, relativamente limitado, assim como a esquerda. Mas, com a divisão do centro, com muitas candidaturas, Décio Lima carimbou passaporte ao segundo turno. Tem ainda o PSD, União Brasil, que chegou agora resultado da fusão do Democratas com o PSL. O União Brasil ainda patina e o PSD também não é mais uma Brastemp. Enquanto Raimundo Colombo foi governador durante sete anos, tudo bem, mas agora são três estaduais e dois federais, nem candidato ao governo teve, apoiou Gean Loureiro. É um momento que, caminhando na direção da próxima eleição nacional e estadual de 2026, necessita de avaliações e possibilidades de novas acomodações partidárias.