Com o recesso de meio ano na Alesc, o noticiário político acaba ficando um pouco comprometido. Jorginho Mello aproveitou esse momento para fazer um balanço de seis meses de governo. Visitou órgãos de comunicação e concedeu inúmeras entrevistas apresentando os números de sua gestão.
Paralelamente a isso, o Superior Tribunal de Justiça definiu que, no próximo dia 23 de agosto, haverá a escolha de dois novos integrantes da Corte.
As duas vagas são reservadas a desembargadores. Nada mais nada menos do que 59 magistrados se inscreveram. De Santa Catarina, um único nome. O do presidente do TJSC, João Henrique Blasi.
Assim também procederam outros três estados estratégicos – Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Deste tripé saiu um nome de cada unidade federada. Diferentemente do Paraná e de São Paulo. São dez desembargadores paranaenses e oito paulistas no páreo.
Desenvoltura
O desembargador catarinense desfruta de boa desenvoltura em Brasília. SC, em várias ocasiões, teve dois representantes entre os 33 ministros do STJ. De momento, apenas um: Marco Aurélio Gastaldi Buzzi.
Trânsito
Blasi também circula bem na seara política. Foi deputado estadual e secretário de Estado nos governos de Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira.
Reflexos
Ocorre que dois episódios recentes podem ter respingado em suas pretensões de ascender ao STJ.
Há algumas semanas, um desembargador catarinense se envolveu num episódio de repercussão nacional.
Uníssono
Nesta semana, tivemos o lamentável episódio dos nove de Tubarão. Todos os juízes da Comarca se declararam suspeitos para julgar o processo que envolve o ex-prefeito Joares Ponticelli, que renunciou ao cargo assim como o ex-vice-prefeito, Caio Tokarski.
Mistério
Não se sabe o que motivou o foro íntimo de todos eles para tal encaminhamento conjunto. Uma juíza próxima, de Jaguaruna, foi designada para assumir o caso. A Corregedoria de Justiça vai investigar os magistrados que atuam na Cidade Azul. É provável que o CNJ também entre no circuito. Isso repercutiu muito mal em Brasília.
Pedra no caminho
São dois episódios que podem comprometer apoios com os quais o presidente do TJSC já contava.
Rompimento
Depois de muitos anos, os deputados Julio Garcia (PSD) e Marcos Vieira (PSDB) romperam relações.
Avanço
Os reflexos já estão sendo observados e sentidos, sobretudo no ninho tucano. Vieira preside a seção Barriga-Verde do tucanato. Julio Garcia tem total ascendência sobre o presidente estadual do PSD, Eron Giordani.
Bronca
Vieira e outros tucanos emplumados vêm reclamando do assédio pessedista sobre os prefeitos do PSDB-SC.
Veja bem
Eron Giordani aproxima-se dos alcaides assoviando o famoso canto da sereia. No melhor estilo ilusionista, o dirigente assopra nos ouvidos dos prefeitos que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sairá do Republicanos para ingressar no PSD, partido pelo qual disputaria a Presidência em 2026.
Balela
O catarinense usa a proximidade entre Tarcísio e o chefão do PSD nacional, Gilberto Kassab, para embasar esse delírio. Kassab é uma espécie de primeiro ministro do governador paulista. Pura balela. O PSD tem três assentos na esplanada sob Lula III. É um partido considerado de centro, mas hoje muito mais identificado com a esquerda do que com a direita.
Juízo
Tarcísio de Freitas não cometerá esse desatino, sob pena de comprometer definitivamente seu futuro político. O carioca que pilota o maior estado do país sabe que se virar as costas para o bolsonarismo estará morto politicamente.