Blog do Prisco
Coluna do dia

Bolsonaro, as mulheres e o PL

Bolsonaro, as mulheres e o PL

Jair Bolsonaro chega amanhã a Santa Catarina. Acompanhará a ex-primeira-dama, Michelle.
Ela tem agendado um compromisso no sábado em Florianópolis, reunindo as mulheres do PL. Trata-se de uma tentativa de atrair a participação feminina e também das jovens para a atividade política. Quem sabe até para inserções partidárias e eleitorais mais adiante.
Como o ex-presidente teve uma votação muito baixa entre os jovens e as mulheres em 2022, a ideia é fazer com que sua esposa possa atrair esse segmento do eleitorado.
Michelle vem fazendo essa peregrinação por todos os estados brasileiros. Bolsonaro, contudo, a acompanhou em raras reuniões até aqui.
Em Santa Catarina, ele resolveu marcar presença. Faz sentido. Os catarinenses lhe proporcionaram votações estratosféricas. Ele nunca ficou abaixo dos 70% dos sufrágios de SC nos embates eleitorais desde 2018.
O casal chega já na sexta-feira, quando serão recebidos em almoço pelo governador Jorginho Mello. A agenda política será cheia amanhã na Casa d’Agronômica, estendendo-se até a noite.
Haverá encontros com prefeitos, vereadores, deputados, o senador Jorge Seif e por aí vai.Proximidade

O casal Bolsonaro vai pernoitar no Palácio Residencial atendendo ao convite do chefe do Executivo estadual. No sábado, todos participarão do evento do PL para elas.

Dia e noite

É impressionante a diferença de convívio entre o atual e o ex-governador de Santa Catarina, Moisés da Silva, com Jair Bolsonaro.
O Bombeiro aposentado teve seu nome homologado ao governo em 2018 contrariando a orientação do próprio Bolsonaro e da direção nacional do PSL.

Bronca

O ex-presidente repreendeu dirigentes locais do partido ainda antes do primeiro turno daquela eleição. O então ilustre desconhecido Moisés nem bem assumiu a administração estadual e começou a disparar petardos contra Bolsonaro em veículos nacionais de comunicação. Em dois dos três principais portais de notícias deste país, para sermos mais precisos.

Gelo

O resultado: Moisés não recebeu sequer uma visita de Jair Bolsonaro. Nem no Centro Administrativo nem no Palácio Residencial. Bolsonaro esteve várias vezes em Santa Catarina, em compromissos oficiais, em férias, em alguns finais de semana e até em um Carnaval, mas nunca se encontrou com o governador à época.

Frustração

O ex-governador foi ao encontro do ex-presidente em alguns compromissos, quando foi tratado com absoluta frieza e indiferença. O catarinense nunca foi recebido para agendas oficiais de forma reservada no Planalto durante os quatro anos de suas gestões.

Lado

Jorginho Mello está ingressando no segundo semestre de sua gestão e já receberá o casal na residência oficial. Não há a menor dúvida de que o ex-presidente estará com o governador nas eleições municipais de 2024 e, especialmente, na sua reeleição em 2026. Se Bolsonaro deixar o PL, Jorginho vai junto. Podem anotar.

Desafeto

Ainda mais que Moisés da Silva, que virou um desafeto de Bolsonaro, anda flertando com o PSD.
Partido que, na figura de seu chefão nacional, Gilberto Kassab, está no governo Tarcísio de Freitas, em SP; mas que também indicou três ministros na gigantesca esplanada sob Lula III.

Sem chance

Ainda aqui em SC, o PSD estando próximo a Moisés, como imaginar que o ex-presidente vai pedir por candidatos do PSD nas próximas eleições? Melhor esperar sentado!

Possibilidade

O único nome que poderia vir a ser apreciado por Bolsonaro seria o de João Rodrigues. Mas ele precisa primeiro se reeleger em Chapecó. Ali, o ex-presidente não pedirá votos para o prefeito no ano que vem. O PL terá candidato, o que deve dividir o eleitorado conservador na cidade.

Fogo vermelho

Como Rodrigues pedirá votos para a direita chapecoense se seu partido está com Lula da Silva em Brasília? Ou seja, o PT naturalmente fará campanha contra João Rodrigues. São inimigos históricos. Os petistas dirão: olha, ele que nos critica tanto está conosco no governo federal com três ministérios!

Petardos

O PL, a seu turno, dirá, referindo-se ao prefeito de Chapecó: esse é bolsonarista? Como assim? Nós é que somos alinhados ao ex-chefe da nação. O partido dele fechou com Lula.

Saia justíssima

Trocando em miúdos: o prefeito de Chapecó estará numa saia justíssima. Passará muito trabalho para se reeleger.
Caso ele conquiste novo mandato na maior cidade do Oeste, Rodrigues poderá até mirar uma candidatura a governador em 2026. Sem, no entanto, o respaldo de Jair Bolsonaro.
O PSD é um partido “perseguido pelo poder”. Onde há governo, lá estão os pessedistas. Inclusive na extrema esquerda. O PT, não custa lembrar, governa com o PSD, numa gestão onde também estão o PCdoB e o PSOL, por exemplo.