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O tripé do governador e o blefe do PSD

Não é de hoje que temos falado que Jorginho Mello (PL) busca uma aproximação com o MDB e o PP com vistas ao pleito de 2026 mas com escala, evidentemente, nas eleições municipais de 2024.
A estratégia é isolar o PSD, que hoje se apresenta como principal base de resistência à recondução do atual inquilino da Casa d’Agronômica.
Ao PSD sobraria o PSDB, que está desaparecendo; e o União Brasil, resultado da fusão do DEM com o PSL, um partido que não vingou.
Agora vem a público uma articulação pessedista com o Novo. Alguma identificação programática até existe entre eles.
Ocorre que em Santa Catarina a conduta, a atuação das lideranças destas duas legendas, são bem distintas.
Também poderíamos dizer que os movimentos pretéritos de próceres do PSD e do Novo são como vinho e vinagre.
Senão vejamos. O Novo tem como prefeito da maior cidade catarinense, Adriano Silva, empresário muito bem sucedido e dono de uma gestão irretocável em Joinville. Tanto do ponto de vista administrativo quanto sob o aspecto ético.
O mesmo se pode dizer do recém aposentado promotor de Justiça, Odair Tramontin. Por muito pouco, ele não foi para o segundo turno na eleição de 2020 em Blumenau. Cidadão inatacável.
Em Florianópolis, o Novo também tem figuras da melhor qualidade, como Orlando Silva e Luiz Barbosa, pessoas de estatura profissional e moral.
Quando observamos, contudo, algumas das cabeças coroadas do PSD no estado não podemos dizer a mesma coisa.
O tripé que hoje pilota o PSD-SC é muito conhecido, é uma espécie de terra arrasada do ponto de vista da trajetória pessoal.
É pura nitroglicerina. Então como vai ser? Um Novo catarinense que é recatado, puritano, vai se permitir macular a imagem numa aproximação com o PSD? O blogueiro tem suas dúvidas.
Fala-se em apoio do PSD a Bruno Souza em São José com o Novo respaldando automaticamente a reeleição de Topázo Neto na Capital. Logo depois da veiculação da notícia, nesta segunda-feira, 30, contudo, o Novo de Florianópolis emitiu nota negando qualquer acordo nessa direção e que envolva as duas cidades fronteiriças.
Em Blumenau, a suplente do senador Esperidião Amin, Denise dos Santos, mulher do deputado federal Ismael dos Santos (PSD), poderia vir a ser vice de Odair Tramontin. A especulação existe, mas não se pode imaginar que isso já está fechado por conta de um eventual respaldo do PSD à reeleição de Adriano Silva em chapa pura do Novo em 2024 e já com uma sinalização para 2026. Por que? Adriano Silva uma vez reeleito entra no circuito majoritário estadual.
O PSD vai apoiá-lo ao governo ou o joinvilense disputará o Senado? Se os pessedistas quiserem empurrar Adriano Silva para um projeto na Câmara Alta, o que o impede de compor com Jorginho Mello, considerando-se que haverá duas vagas ao Senado em 2026?
Então muita calma porque o santo pode ser de barro. A turma do Novo é meio nova, sem trocadilho, na política, mas seus líderes para bobos não servem.
Se o PSD acha que vai engolir o Novo com seus métodos velhos, carcomidos, surrados, pode ser surpreendido ali adiante.

 

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