Santa Catarina perdeu no apagar das luzes da semana passada uma personalidade que marcou época pela sua combatividade, voluntariedade e envolvimento em várias frentes de atuação. Da acadêmica, passando pela profissional e chegando na comunitária. Não podemos também esquecer de sua peregrinação no campo religioso e espiritual, sempre com muita energia e entusiasmo.
Refiro-me a Hamilton Nazareno Ramos Schaefer, que tive o prazer de conhecer no começo da década de 80, juntamente com sua inseparável e inigualável companheira Tânia Helena Fialho, em mais de 50 anos de convivência matrimonial. Além de orientadores de jovens de Emaús (movimento cristão da Igreja Católica), o casal o presidiu, formando dobradinha com o orientador espiritual Monsenhor Francisco de Salles Bianchini, responsável pela sua fundação.
Temente a Deus, Hamilton teve participação ativa na Paróquia de Coqueiros, onde viveu por várias décadas com Tânia e seus quatro filhos: André, Eduardo, Olga e Ricardo. Nazareno no nome foi porque nasceu em 25 de dezembro, quando completaria 85 anos.
Cidadão de conduta ética inabalável, ao longo de toda a sua trajetória, Hamilton muito jovem foi guindado ao posto de vice-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, na gestão de Roberto Lacerda (1972-1976). Também foi professor do Departamento de Ciências Físicas e Matemáticas por mais de 30 anos.
Na condição de vice-reitor, fundou e foi o primeiro presidente da Associação dos Professores da UFSC (Apufsc), em 1975. Ele lecionou na primeira turma de Engenharia Industrial da Universidade e chegou a ensinar quatro mil alunos.
Ainda presidiu a Associação Catarinense de Engenheiros entre 1970 e 1974, e foi conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-SC) em dois mandatos: 1964-1966 e 1979-1984.
Hamilton teve igualmente destacada liderança comunitária, desempenhando papel preponderante para transformar em realidade o Parque de Coqueiros, comandando por longos anos uma entidade voltada para esse fim. Durante o velório, na última sexta-feira, no Jardim da Paz, vários representantes do bairro marcaram presença, defendendo que a municipalidade possa homenageá-lo dando o seu nome ao equipamento recentemente revitalizado pela prefeitura.
Uma legião de familiares, amigos e colegas de profissão foram se despedir de Hamilton Schaefer, que deixou um legado como homem público, professor, engenheiro, cidadão e cristão. De conduta exemplar, Hamilton serviu de inspiração para muitos de seus seguidores e admiradores, entre os quais tanto se incluem, inclusive eu e minha mulher Rosane.