Blog do Prisco
Manchete

Deixa um legado e muitas saudades

Nas últimas seis décadas, Santa Catarina presenciou duas administrações que marcaram época e que não foram suplantadas até hoje.
Foram dois grandes gestores. Um de perfil mais político. Outro eminentemente técnico.
Foram eles: Celso Ramos e Colombo Machado Salles. O primeiro governou SC de 1961 a 1966. Colombo pilotou o estado de 1971 a 1975 e veio a falecer nesta terça-feira, 14, aos 97 anos.
Outra curiosidade. Foram os dois governadores mais longevos do período republicano, cuja proclamação comemoramos nesta quarta-feira, 15.
Natural de Laguna, Colombo Machado Salles formou-se em engenharia na universidade do Paraná. Fez carreira na profissão, tendo conquistado posição de relevo em várias empresas e órgãos relacionados à área portuária.
O ponto alto como administrador foi assumir a chefia de gabinete do então governador do Distrito Federal.
Foi em Brasília que o catarinense acabou se relacionando com várias figuras exponenciais da Administração Federal. Exatamente no período da revolução, que começou em 1964.

Proa

De volta a SC, o engenheiro assumiu a Secretaria Executiva do governador Ivo Silveira, sucessor de Celso Ramos.
Neste período da história, o presidente Emílio Garrastazu Médici o indicou para assumir o governo catarinense.

Exceção

Silveira foi o último governador eleito pelo voto direto. Depois tivemos três gestões onde os militares indicavam e a Assembleia aprovava o nome. Na sequência de Colombo vieram Antônio Carlos Konder Reis e Jorge Konder Bornhausen, primo de Konder Reis.

Marca

O curioso é que Colombo Salles foi escolhido pelo regime militar para colocar um ponto final nas oligarquias de Santa Catarina. Oligarquias que se revezavam à frente da máquina estadual. O PSD com a família Ramos; e a UDN controlada pela família Konder-Bornhausen.

Vácuo

Colombo Salles não teve êxito na missão política. Tanto é assim que foi sucedido justamente por dois integrantes das oligarquias.

Impecável

Sob o aspecto administrativo, contudo, ele realizou uma grande gestão. Montou um colegiado com figuras de muita qualidade, cada qual em sua respectiva área e, com isso, fez história.

Engenharia

Sua administração foi marcada por obras em todo o estado. Com destaque todo especial para Florianópolis, onde o ponto alto, evidentemente, foi a construção da ponte que acabou levando seu nome.

Base sólida

Para que a segunda ligação entre a ilha e o continente fosse construída, era imprescindível erguer o aterro da Baía Sul, obra que também marcou a administração do agora falecido governador. Colombo Salles também foi responsável pelo acesso asfaltado ao norte da ilha e Lagoa da Conceição.

Contos da Ilha

Por essas e por outros que sempre se comentou que ele foi o melhor “prefeito” da história de Florianópolis, não sendo superado até hoje. Foi sob Colombo Salles que a Casan foi criada.

Professor

Após deixar o governo, Colombo Salles retomou sua atividade acadêmica, lecionando, ainda, por vários anos na UFSC.

Cacoete
Em 1986, ele tentou voltar à política, disputando o Senado pelo PDS (ele havia sido governador pela Arena). Não obteve êxito na empreitada.

Data

Hoje é dia de prestar homenagem a este lagunense da gema que protagonizou um governo inovador, competente, operoso e sem nenhuma mácula. Um governo 100% correto. Não se falou em corrupção, desvios ou fraudes durante os quatro anos de Colombo Machado Salles na proa de Santa Catarina.
Partiu alguém que sempre será lembrado pela sua retidão e preparo enquanto gestor.