Ex-senador Casildo Maldaner, que acabou de voltar da Inglaterra, onde fez uma inserção para aperfeiçoar o inglês, é o entrevistado desta semana. Peemedebista histórico, com mais de 50 anos de vida pública, ele avisa aos navegantes que não disputará mandatos eletivos. Seguirá, no entanto, como “soldado do partido.” Conhecido pelo estilo conciliador, Maldaner está cotado para assumir uma diretoria do BRDE, banco onde já atuou. Seria uma espécie de prêmio ao político em fim de carreira, com respaldo dos caciques do partido. O problema é que já há dois peemedebistas históricos de SC no comando da instituição. Neuto de Conto, que assumiu a presidência, e Renato Vianna, o diretor financeiro. Este, aliás, é amigo de longa data de Luiz Henrique da Silveira. Os dois conviveram por 20 anos na Câmara dos Deputados. Significa que o aproveitamento deMaldaner acaba criando um problema para o governador Raimundo Colombo e o senador LHS resolverem. Acompanhe alguns trechos da entrevista.
BLOG DO PRISCO – Casildo Maldaner definitivamente pendurou as chuteiras? O que representa o destaque nacional recebido no final de 2014 pela revista Veja?
Depois de mais de 50 anos do primeiro mandato eletivo, acredito ter cumprido meu papel, prestado minha contribuição. No exercício político, não podemos ter o céu como limite. O reconhecimento é uma espécie de coroamento da trajetória, fruto do nosso trabalho em diferentes frentes, que coincidiram com os eixos de atuação elencados pela publicação nacional. Fomos convocados e instigados pela equipe, já que nada nessa vida se alcança sozinho. É preciso destacar ainda a participação dos dois colegas de Senado, Luiz Henrique e Paulo Bauer. Atuamos como um time, cada um numa posição. Onde estva um, estavam todos. Esse reconhecimento é compartilhado com os companheiros.
BLOG DO PRISCO – Não vai mais buscar mandato eletivo, mas continuará militando no PMDB?
Embora não disputando pleitos, continuarei um soldado. Como dizia Ulysses, não pretendo colocar o pijama. A militância no PMDB e a contribuição com os companheiros de Santa Catarina são um compromisso.
BLOG DO PRISCO – O senhor acredita que o PSD possa respaldar uma candidatura majoritária do PMDB em 2018?
Todas as agremiações pensam em disputar eleições, em apresentar um nome para comandar o Executivo estadual, com suas propostas para o desenvolvimento. O PMDB, pela sua força e tradição, não é diferente. Prevalecendo o projeto vigente, faz bem que nosso olhar, nossa pauta, se estenda além do horizonte atual.
BLOG DO PRISCO – PMDB e PSD coligados ao PP, nem pensar?
Em 2006 já foi um trabalho árduo juntar todos no mesmo projeto, um verdadeiro artesanato. Houve necessidade de uma mudança, de encontrar espaço para nossa política de descentralização dentro do projeto das ‘pessoas em primeiro lugar’. Foi uma construção complicada, mas ao final vitoriosa. Há uma série de pontos que devem ser analisados com cuidado, levando em conta nossa história, ideologia, a questão programática, etc. Já houve experiências nesse sentido, como a AST em 1985, em Florianópolis, e mais recentemente, nas últimas eleições municipais. Algumas foram rejeitadas, como aquela na Capital e agora em Tubarão, outras exitosas, como Jaraguá do Sul e Modelo.
BLOG DO PRISCO – E o PT nesta história toda?
Não há, a priori, nenhuma oposição ao fato de caminharmos juntos – como já ocorre no plano nacional. Descendemos de uma mesma gênese histórica. Esses posicionamentos serão definidos a seu tempo.
BLOG DO PRISCO – Eduardo Moreira, Mauro Mariani e Dário Berger são os nomes disponíveis no partido para 2018?
Como você mesmo citou, não faltam quadros no PMDB para uma disputa majoritária. Temos que pensar no projeto como um todo e definir, democraticamente, o que é melhor nesse momento para Santa Catarina e para o partido.
Fotos: capa, Fábio Figueiredo – Interna, Artur Hugen/divulgação
Na foto interna, Neuto de Conto, Casildo Maldaner e Luiz Henrique