Blog do Prisco
Manchete

Faesc defende reduzir a dependência externa de fertilizantes

Segurança no fornecimento de fertilizantes é uma das preocupações da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) em 2024. A preocupação reside no fato de que mais de 87% dos fertilizantes utilizados pela agricultura brasileira são provenientes do exterior, enquanto Santa Catarina que necessita, anualmente, cerca de 500 mil toneladas de fertilizantes para preparar o plantio de 1,4 milhão de hectares de lavouras. As culturas que mais necessitam de fertilizantes são soja, arroz, trigo e milho, além de frutas e hortigranjeiros.

            O presidente da Faesc e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo, defende que o País adote uma política de busca da autossuficiência para “reduzir o nível de exposição da economia brasileira a fatores externos imprevisíveis e incontroláveis”.

            No ano passado, a guerra entre Rússia e Ucrânia agravou essa situação. Apesar de ser o quarto maior consumidor mundial desses insumos, o Brasil, incapaz de garantir sua própria demanda, enfrenta alertas devido à dependência externa.

            Mas há uma esperança no horizonte. O Brasil lançou o Plano Nacional de Fertilizantes em março de 2022 para reduzir a dependência externa, com a meta de produzir metade desse  insumo demandado pela agricultura até 2050. Nesse sentido, o presidente da Faesc pediu apoio à Frente Parlamentar da Agricultura para as propostas em tramitação no Congresso Nacional visando diminuir a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro em relação a insumos importados.

            O projeto de lei (PL) 3507/2021 que cria o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert) foi aprovado no Senado e aguarda aprovação nas comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) na Câmara dos Deputados para se tornar lei. O Profert visa conceder incentivos fiscais para empresas que investirem na produção de fertilizantes, suspendendo o pagamento de tributos sobre insumos e serviços destinados a esse fim.

            REESTRUTURAÇÃO

A Faesc entende que é necessário reestruturar a produção de adubos, abordando diferentes modelos e processos de recuperação do solo. Pedrozo lembra que os fertilizantes desempenham um papel vital na agricultura, fornecendo nutrientes essenciais para as plantas e aumentando a produtividade nas lavouras. O solo brasileiro, com sua baixa fertilidade natural, depende desses insumos para viabilizar a produção agropecuária no País.

            O dirigente lembra que produzir no Brasil é caro e pouco competitivo, por isso as agroindústrias concluíram que é mais barato importar. “Precisamos buscar a autossuficiência nessa área porque os fornecedores mundiais são poucos”, alertou. O Brasil importa 25% dos fertilizantes russos, mas pode buscar outros fornecedores como China, Canadá, Israel e países africanos.

            Os principais nutrientes aplicados no País são potássio 38%, cálcio 33%, nitrogênio 29%. A cultura da soja demanda mais de 40% dos fertilizantes aplicados. O Brasil importa 9 milhões de toneladas de insumos por ano e é o quarto consumidor mundial de fertilizantes, atrás de China, Índia e EUA. O País é dependente das importações, porém tem todas as matérias-primas para produzir, como gás natural, rochas fosfáticas e potássicas e micronutrientes. As reservas de potássio estão localizadas em Sergipe e no Amazonas. “O Plano Nacional de Fertilizantes precisa encontrar um caminho para as necessidades da agricultura brasileira”, alerta Pedrozo.

Posts relacionados

Panvel tem mais de 130 vagas de trabalho abertas em SC

Redação

Os sete do Sul e do Sudeste

Redação

Santa Catarina se prepara para receber líderes dos Estados do Sul e Sudeste na reunião do COSUD

Redação