Nesta quinta-feira, 18, Lula da Silva – que está em campanha eleitoral constante há mais de quatro décadas – retoma sua maratona de viagens pelo Brasil. Como o pleito é municipal, o eleitor escolherá novos prefeitos e vereadores, e após viajar pelo mundo em pouco mais de dois meses no ano passado, agora a deidade canhota vai se dedicar a revisitar este país.
Começará, evidentemente, pelo nordeste (nove estados), região que foi decisiva para o resultado que saiu das urnas em 2022.
O petista irá aos três maiores estados nordestinos neste primeiro momento, priorizando a Bahia, que tem como capital Salvador. A unidade federada lhe deu uma dianteira de 3 milhões de votos no pleito passado.
Jair Bolsonaro perdeu nas urnas no contexto nacional por 2,1 milhões de votos. Por aí se pode medir a importância do resultado baiano para a extrema-esquerda tupiniquim.
Dali, ele viaja a Pernambuco, seu estado natal, onde tem dois compromissos diferentes. Encerra o périplo pelo Ceará, na Capital Fortaleza.
Cidade portuária
Ainda no primeiro trimestre, contudo, no apagar das luzes de janeiro, Lula da Silva deverá marcar presença em Itajaí para a reabertura do Porto, fechado há praticamente um ano. Mas só virá se a empresa contratada já estiver operando com navios no terminal itajaiense.
Digitais
Claro que ele vem ao estado pelas mãos do seu amigo e compadre Décio Lima, que é filho da terra muito embora tenha construído sua carreira em Blumenau como vereador, além de ter sido eleito duas vezes prefeito.
Atalhos
Após oito anos à frente da principal cidade do Vale do Itajaí, Décio Lima foi superintendente do Porto de Itajaí, isso na primeira gestão de Volnei Morastoni, quando este era filiado ao PT. Nos dois últimos mandatos, Volnei se elegeu pelo MDB.
Será que será
Não é possível saber se o guru da canhotada abaixo do equador visitará somente Itajaí ou se arriscará uma agenda em Florianópolis. O colunista não acredita que o líder vermelho marque presença na Capital, onde alguns estão tentando ressuscitar a ex-senadora Ideli Salvatti com vistas ao pleito municipal deste ano. Caso ocorra, será somente para o PT marcar posição. Nada, além disso.
Sem respaldo
Em Itajaí, o ambiente político não é nem um pouco favorável a Lula. Basta dar uma olhadinha no resultado das eleições. A derrota do ex-presidiário foi acachapante na cidade portuária.
Roteiro
Evidentemente que a organização vai mobilizar o público, os de sempre: CUT, outros sindicalistas, militantes petistas, MST, servidores públicos e por aí vai. Isso para dar volume. Somente com a claque para os registros de imagens. Com todas aquelas precauções de segurança e de isolamento. O atual inquilino do Planalto não tem como circular ao natural pela cidade.
Batedores
O batalhão precursor vai chegar antes em Itajaí para montar o esquema de segurança, blindando sua excelência.
Kombi
A passagem por Itajaí é mais importante para o PT no contexto estadual do que propriamente no municipal. Os petistas não têm a menor chance de chegar à prefeitura. O único prefeito petista da cidade foi justamente Morastoni (2005-2008, que trocou de partido nos dois últimos mandatos (2016-2020 e 2020-2024). Os petistas peixeiros mal enchem uma Kombi.
Zero à esquerda
O PT praticamente não existe em Itajaí. Para se ter uma ideia da carência de lideranças canhotas por ali, o nome que está sendo lembrado para concorrer à prefeitura pelo partido é o do advogado João Paulo Bastos. O causídico foi filiado ao PP e disputou a sucessão do ex-padrinho político Jandir Bellini em 2016. Ficou em terceiro. A vereadora Anna Carolina por pouco não bateu Morastoni. Faltaram 789 votos para ela.
Outro lado
Observemos como vão se comportar os conservadores catarinenses, os bolsonaristas. Será que vão comparecer para homenagear o presidente da República, que vem ao estado apenas no segundo ano de seu terceiro mandato?
Olimpicamente ignorados
Santa Catarina passou por mais de dois meses de manifestações climáticas que castigaram mais da metade dos municípios, em uma das enchentes mais severas da história. De Brasília, vieram alguns ministros em duas oportunidades. Nem o vice-presidente, Geraldo Alckmin, pisou em solo catarinense. E a liberação de recursos federais segue a passos de cágado.
A conferir a agenda lulopetista em território catarinense.