Análise do Observatório da FIESC mostra que o saldo positivo na indústria é reflexo dos 6 mil postos de trabalho criados pelo ramo da construção, já que a indústria de transformação encerrou o ano com saldo negativo de 1,2 mil vagas. É o segundo ano consecutivo que a construção contribui positivamente para os números da indústria, acompanhando a melhora nos gastos familiares.
“A indústria de transformação catarinense sofreu com o fechamento de vagas em setores que tradicionalmente empregam muito e são importantes para o estado, como o têxtil e o moveleiro. Esses segmentos têm enfrentado desafios setoriais que acabam impactando o estado todo”, destacou o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar.
O ramo de confecção encerrou 2023 com o fechamento de 7,8 mil vagas, um reflexo do aumento da concorrência dos importados e dos preços ainda elevados do produto doméstico. O setor de madeira e móveis apresentou saldo negativo de 2,1 mil postos de trabalho, diante do recuo das exportações para os Estados Unidos, seu principal mercado externo.
Consumo em alta
A estabilização dos preços dos alimentos e o aquecimento do consumo das famílias contribuíram para a geração de 3,5 mil vagas no setor alimentício, dos quais 2 mil novos empregos foram gerados no abate e processamento de carnes. Ainda refletindo o aumento dos gastos das famílias, o ramo das indústrias de produtos químicos e plásticos, que geraram 2,8 mil empregos.
Para a economista Mariana Guedes, do Observatório da FIESC, a redução nos custos de materiais de construção, especialmente instalações hidráulicas e elétricas, acabou refletindo em outras atividades, como a fabricação de condutores elétricos e tubos e acessórios de materiais plásticos. As vagas criadas pelos ramos de equipamentos elétricos, por exemplo, somaram 1,3 mil em 2023.