Como sabemos, o governador Jorginho Mello acumula a presidência estadual do PL. Está decidido a lançar candidatura própria pelo 22 em vários dos principais municípios de Santa Catarina.
Mas há dois em que ele não abre mão em hipótese alguma: Chapecó e Criciúma. No Sul, o prefeito Clésio Salvaro não pode buscar a reeleição e fechou com seu secretário de governo, vereador licenciado Arleu da Silveira que, assim como Salvaro, já está filiado ao PSD.
Com relação a Chapecó, João Rodrigues, também pessedista, pode e buscará certamente a reeleição.
Qual seria o motivo para Jorginho eleger estes dois municípios como “questão de honra” para o PL nas eleições deste ano? Simples. Porque os dois únicos nomes de que o PSD dispõe como opções para chapa majoritária em 2026 são justamente Salvaro e Rodrigues.
Aliás, coincidentemente, foram os dois prefeitos que se articularam lá em 2022, especialmente por iniciativa de João Rodrigues, e tentaram passar uma rasteira em Jorginho Mello.
Puro sangue
O então senador era pré-candidato ao governo e não havia conseguido nenhum partido para apoiá-lo ou mesmo um partido sequer com o qual o seu PL poderia ter como aliado. Tanto é que o hoje governador disputou o pleito em chapa pura.
Costurando
Lá atrás, João Rodrigues convenceu Salvaro a formar chapa. O sulista seria candidato a vice-governador. O oestino imaginou, ainda, que traria o empresário Luciano Hang para o Senado e o tripé teria o respaldo de Jair Bolsonaro. À época, o empresário brusquense era um dos principais interlocutores do ex-presidente.
Morreu na casca
Só que Luciano Hang acabou desistindo e a estratégia do PSD derreteu. Consequentemente, eles tiveram que buscar outra alternativa. O PSD apoiou a candidatura ao governo de Gean Loureiro, filiado ao União Brasil e que renunciou à Prefeitura de Florianópolis, indicando o candidato a vice, Eron Giordani.
Ex
A chapa contou ainda com a candidatura ao Senado do ex-governador Raimundo Colombo. E agora? Vão repetir a articulação de 2022 com Rodrigues e Salvaro olhando para 2026?
Na raiz
A estratégia de Jorginho Mello é cortar de cima para baixo. Tentar eleger o prefeito de Criciúma e, na pior das hipóteses, lançar um candidato forte, de direita, conservador em Chapecó.
Esquerda
Mesmo que não ganhe a eleição, como a disputa é em turno único na capital do Grande Oeste, dividiria o eleitorado e o PT, que tem seus 30% dos votos cativos, poderia, correndo por fora, reconquistar a Prefeitura de Chapecó.
Guidi no Sul
Em Criciúma, o nome preferencial do governador é o secretário de Meio Ambiente e Economia Verde, o deputado federal licenciado, Ricardo Guidi.
Sem negócio
Tanto o governador como Guidi, sabem muito bem que Gilberto Kassab não vai abrir mão do mandato do sulista, uma vez ele trocando de sigla, filiando-se ao PL para concorrer contra o PSD de Kassab no maior município do Sul.
Peso
Primeiro porque com um deputado federal a menos na Câmara, o PSD se desfalca na hora de compor comissões técnicas na Casa e uma série de outras situações.
Rota de colisão
Segundo aspecto, também fundamental. Kassab não pode se posicionar contra o comando do PSD estadual. A Prefeitura de Criciúma é estratégica para os pessedistas locais.
Decisão
Se, efetivamente, Ricardo Guidi deseja concorrer em Criciúma, ele terá que sair do PSD e filiar-se ao PL. Ele já tem a garantia da candidatura. E correr o risco de perder o mandato.
Hipótese
Também existe a possibilidade de Ricardo Guidi conseguir comprovar que foi vítima de perseguição interna no PSD e manter o seu mandato de federal.
Mas é líquido e certo que o PSD vai reivindicar o mandato dele, pela via Judicial, em caso de troca de partido.
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