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Os mistérios e incongruências sobre o encaminhamento em Balneário

O governador Jorginho Mello surpreendeu o meio político e a própria mídia em relação aos encaminhamentos eleitorais em Balneário Camboriú.
A cidade está entre as 12 maiores de Santa Catarina, mas, ao lado de Florianópolis, é aquela que tem a maior visibilidade. Nacional e internacional.
Portanto, é uma eleição que provoca, produz desdobramentos e ressonância até no processo eleitoral de 2026, quando teremos eleição nacional e estadual.
Quem seria o candidato natural à prefeitura de Balneário Camboriú? O deputado estadual e ex-vice-prefeito Carlos Humberto (foto), líder do governo do próprio Jorginho na Assembleia Legislativa. Evidentemente.
Além de ser o líder em todas as pesquisas realizadas para consumo interno. Em política não se inventa, se segue o rumo natural para correr o mínimo de risco possível. Mesmo assim, o governador comunicou, na quinta-feira, que a definição do candidato ficará com o prefeito Fabrício Oliveira, já em final de mandato.

Inimigos

Os dois estão em uma queda de braço ferrenha desde o ano passado. Carlos Humberto foi seu vice-prefeito por seis anos.
A alegação do prefeito é a de que, quando o hoje deputado saiu para ser candidato à Alesc havia assumido o compromisso de não disputar a prefeitura.

Posicionamento

Carlos Humberto assumiu, desde que houvesse outro nome com densidade, com capacidade de vencer o pleito, além de possuir capacidade de gestão.
Fabrício Oliveira ficou mais de um ano tentando viabilizar um nome. Não conseguiu.

Aposta arriscada

E o governador, de forma ilógica, dá um salto no escuro. Estão falando em um jornalista, radialista, Peeter Lee. Há quem faça a avaliação de que, na undécima hora, vão tentar lançar o nome do ex-prefeito Rubens Spernau, filiado recentemente ao PL.

Hummm

Pouco provável. Sua relação com Leonel Pavan – arqui-inimigo de Jorginho Mello – vai muito além da amizade. Ele é padrinho da vereadora Juliana Pavan, pré-candidata do PSD à prefeitura. Spernau tem relações íntimas e próximas com Pavan que vão impedir sua candidatura. Essa é a tendência normal.

Palavra dada

Também porque ele garantiu à sua afilhada que, se ela for candidata, ele, Rubens Spernau, não entraria no circuito sucessório. E ela será candidata.

Boi voando

Isso tudo está causando perplexidade. Ainda mais em se tratando de um político experiente e tarimbado como Jorginho Mello. Não faz sentido, também, a alegação de que o encaminhamento teria sido um pedido de Jair Bolsonaro.

Espuma

O ex-presidente não tem qualquer relação com Fabrício Oliveira. A única explicação plausível seria uma elucubração de Jorge Seif, temendo a sua cassação, dando conta que o prefeito de Balneário poderia ser candidato ao Senado em caso de degola dele no TSE. O julgamento foi suspenso na quinta-feira, 4, e foi adiado para o dia 16 de abril.

Lorota

Estranho. Alguma dúvida de que o candidato será quem Jorge Seif indicar, apontar para Jair Bolsonaro? Zero dúvida. Lá atrás, Bolsonaro pegou Seif pelo braço e impôs sua candidatura na chapa de Jorginho Mello.

Vai saber

Há mais do que aviões de carreira entre o céu e a terra nessa história. Ninguém está conseguindo identificar o que teria levado o governador a entregar a Fabrício a definição da candidatura.

No páreo

Nesse contexto, se Rubens Spernau não vier para o jogo, o que é provável, a perspectiva eleitoral de Juliana Pavan, agora filiada ao PSD, melhora sobremaneira. Ela passa a ter condições reais de vencer o pleito.

Mantida

Carlos Humberto, a seu turno, se posicionou com firmeza. Informou a seus amigos e ao seu grupo político aquilo que o blog publicou em primeira mão, dando conta de que o governador Jorginho Mello lhe comunicou que o candidato do partido seria indicado pelo prefeito Fabrício Oliveira.
O parlamentar descarta, no entanto, qualquer possibilidade de sair do PL, afirmando, categoricamente, que vai até as últimas consequências para conquistar a indicação partidária.

Aspas

“Se for preciso bater chapa na convenção, vamos bater chapa,” declarou ele, convocando seus apoiadores a se manterem firmes. “É o povo quem vai escolher o candidato do PL,” assinalou ele, salientando que está no PL há mais de 10 anos.

Sem identidade

Nunca é demais lembrar que o prefeito Fabrício Oliveira já passou por diversos partidos, todos de esquerda ou centro-esquerda até se filiar ao Partido Liberal, em mais um lance de oportunismo que marca sua trajetória política, na reta final da campanha eleitoral de 2022, quando o quadro já estava definido em favor de Jorginho Mello.

Sem papo

Uma coisa é certa. O deputado não respaldará uma candidatura que venha a ser patrocinada pelo atual prefeito do balneário mais badalado do Brasil.

foto>Ag. Alesc, arquivo, divulgação

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