Definitivamente, nós temos dois brasis. Há o Brasil que está diretamente relacionado ao trabalho, ao empreendedorismo, à decência, à moral, aos bons costumes. É esse Brasil que enfrenta adversidades, como a do Rio Grande do Sul. Santa Catarina já passou por uma enchente de grandes proporções recentemente.
Não vou tentar dimensionar agora aquela enchente do Vale do Itajaí de 1983. Com essa do Rio Grande do Sul, ambas severas, que castigaram duramente os respectivos estados, além dos óbitos, a ampla destruição, o drama das famílias é quase que indescritível.
Na outra ponta, há outro país, que é um teatro, é um circo, com características de deboche, de cinismo, de desrespeito. No momento acompanhamos uma ofensiva para salvar vidas, não estamos nem falando em reconstrução, em recuperação material de tudo que foi perdido, é de recuperação, de busca, de salvação de vidas.
E aí? Setores dessa mídia calhorda, o que fazem? Mascaram tudo. Foi assim na pandemia. Primeiro, tinha que acabar o Carnaval do Rio, em fevereiro, onde faturaram milhões e milhões. Aí depois veio a pandemia, a obrigatoriedade de máscara. Mas não enquanto tinha ainda o desfile na Sapucaí. Aí não. As primeiras mortes lá fora já foram no final do ano e, em janeiro, chegaram por aqui. O quadro sanitário já estava estabelecido, mas primeiro tinha que terminar o Carnaval. Ou seja, é uma hipocrisia que chega às raias do absurdo.
Tristeza geral
É triste nós observarmos que temos dois países distintos. Aquele que se curva aos encantos da rainha pop, que, entre outras coisas, custou R$ 20 milhões ao poder público. A iniciativa privada, que tinha todo o direito de trazê-la, mas às custas do suado dinheiro dos impostos?
Quem paga
Vamos clarear e refrescar a memória, todo o dinheiro arrecadado, em qualquer ente da federação, seja municipal, estadual, federal, qualquer base de arrecadação, vem exclusivamente do contribuinte, do brasileiro, exclusivamente. Não existe outra fonte de recurso.
Carga pesada
Tanto é que, sempre que os impostos são ampliados, quem paga a conta é o contribuinte, é o cidadão. Então, é inconcebível que no momento em que o país passa por severas dificuldades, o poder público banque um show internacional. Nem vamos citar o caso do Rio Grande do Sul, que foi posterior a toda articulação para a vinda de Madonna ao país.
Custo-benefício
O que ela trouxe de bom para o país? Qual foi a mensagem alentadora que ela trouxe para o país? Nenhuma. Mas aí a prefeitura do Rio bancou, com R$ 10 milhões, e o governo do estado do Rio com outros R$ 10 milhões. Enquanto isso, o governador Cláudio Castro está dizendo que não sabe como vai pagar a folha de maio.
Desqualificado
Quanto ao prefeito Eduardo Paes, é uma figura que não merece nem referência. É o que há de mais pequeno, de mesquinho. É uma figura desprezível.
Contrastes
O Rio, infelizmente, é uma cidade maravilhosa, um povo esplendoroso, mas administradores e gestores que são lamentáveis. Basta lembrar dos últimos 6 ou 7 governadores, 5 ou 6 estiveram presos. E Cláudio Castro já está no caminho. Eduardo Paes escapou por pouco. Ele é bem ligadinho a Sérgio Cabral, com 400 anos de prisão, mas este também já foi liberado.
Tiroteio
O Rio é onde a bandidagem manda, onde os traficantes comandam. Inclusive, o atual presidente da República compareceu à campanha sem segurança, sem nada, no seu próprio ambiente.
Sem palavras
É triste acompanhar o presidente, que retorna ao Rio Grande do Sul pela segunda vez, em um período de 72 horas, no que fez muito bem, aliás. Parabéns por isso. Mas daí, durante a coletiva ao lado do governador, por mais que tenha exagerado na dose ao falar que com a reconstrução precisaria implementar um plano, que foi o plano de reconstrução da Alemanha pós-guerra.
Senilidade
Daí vem Lula com aquele sorriso cínico, debochado, irresponsável, repugnante. Em meio à situação que vive o Rio Grande, na primeira viagem, brincando sobre ato, torcendo pelo Grêmio e o Internacional. Que é isso? Ele parece insano, senil, fora das suas faculdades mentais. É triste o Brasil que acompanhamos hoje, muito triste.