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Defensoria Pública de Santa Catarina pode chegar a 10 órgãos suspensos no Estado pela evasão de defensores

Na próxima segunda-feira (13), o Conselho Superior da Defensoria Pública de Santa Catarina se reunirá em caráter de urgência para decidir a suspensão de mais uma defensoria pública, agora na comarca de Lages. Será a 10ª defensoria com serviços suspensos em todo o Estado.

O Núcleo Regional da DPE de Lages, com a suspensão, ficará prejudicado em metade de sua capacidade. Das seis defensorias lá instaladas, duas já se encontram suspensas.

A necessidade de estruturação da Defensoria Pública pelo Governo do Estado já foi apontada pelo TCE em recente relatório técnico.

Segundo o Defensor Público-Geral, Renan Soares de Souza, a falta de estruturação da instituição e da carreira no Estado, gerou o recorde de evasão na carreira em Santa Catarina, beirando a 70% somente no último concurso, já encerrado.

“Os aprovados nomeados foram para outras defensorias do país, situação que prejudica o atendimento de milhares de catarinenses vulneráveis. Infelizmente, a tendência é de suspensão de outros núcleos no Estado”.

O Defensor Público-Geral informa também que, desde março, estão tramitando na Alesc projetos com o objetivo de romper o ciclo de evasão, citando como exemplo o projeto de lei que cria o instituto da acumulação de órgãos, já existente em todas as demais Defensorias do país.

A criação do referido instituto foi recomendada pela recente auditoria técnica do TCE e permite a designação de defensores públicos para atuarem nas hipóteses de vacâncias, mantendo a continuidade dos serviços à população.

Segundo o Defensor Público-Geral, a falta do instituto, que existe em todos os órgãos do sistema de justiça do país, exceto na Defensoria de Santa Catarina, é uma ferramenta de gestão essencial para impedir as suspensões do serviço nas hipóteses de vacâncias e exonerações da carreira, especialmente no panorama atual da Defensoria Pública, com grave cenário de evasão de defensores públicos.

O projeto aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça da Alesc.

Atualmente, são apenas 129 defensoras e defensores públicos em 26 núcleos regionais, representando 23,2% do total de comarcas. O serviço se destina especialmente à população catarinense com renda mensal de até três salários mínimos (público-alvo da instituição).