Tucanos em novos partidos
Bem ao estilo mineiro, comendo pelas beiradas, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, vai tomando conta das seções estaduais do ninho. A maioria dos diretórios, atualmente, já é alinhada ao neto de Tancredo Neves, que prepara o caminho para nova candidatura presidencial em 2018.
Outros dois tucanos de alta plumagem, o governador paulista Geraldo Alckmin e o também senador José Serra já identificaram a movimentação do correligionário. Percepção que os leva a concluir que eles não terão qualquer chance de liderar a chapa tucana na próxima disputa presidencial.
A constatação leva a dupla paulista a encaminhar o desembarque do PSDB. Enquanto Serra tem tudo para assinar no PMDB, que carece de um nome nacionalizado, Alckmin está bem propenso a transferir-se para o PSB. Após a morte de Eduardo Campos, abriu-se um vácuo na sigla.
Geraldo Alckmin, aliás, já tem falado abertamente a interlocutores privilegiados que deve transferir a filiação ao PSB depois das eleições municipais de 2016.
Histórico
Antes da morte de Eduardo Campos, Geraldo Alckmin e o pernambucano se aproximaram e trocaram muitas figurinhas. A ponto de o PSB ter indicado o vice-governador paulista, Márcio França, articulação que fez Aécio Neves torcer o bico.
PMDB carente
Já José Serra cairia como uma luva no PMDB, partido de onde saiu com outros próceres para fundar o PSDB em 1988. O Manda Brasa tem no vice-presidente, Michel Temer, uma liderança sem poder de votos. Quem se ensaia, pela visibilidade em função das Olimpíadas, é o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Mas ele não deve resistir politicamente, pois os esqueletos de sua gestão já estão saindo do armário carioca.
Muda o eixo
O pleito de 2018 tem tudo para marcar o encerramento do ciclo de polarização entre PSDB e PT na disputa nacional. Este último, em frangalhos e com a marca da corrupção na testa, não deve ser opção de protagonismo. Papel deve ficar com Aécio, Serra, Alckimin, além de Marina Silva. Há, ainda, a possibilidade de surgimento de um nome do meio empresarial ou do meio jurídico para buscar o protagonismo.
PMDB X Morastoni
Ao retornar da Alemanha, a ex-comandante do PMDB e ex-secretária regional de Itajaí, Eliane Rebello, conhecida como a Dama-de-Ferro, reuniu dirigentes e filiados para defender a realização da convenção municipal do partido, suspensa por intervenção estadual a partir da chegada do ex-prefeito e ex-deputado Volnei Morastoni.
A turma do Manda Brasa peixeiro não aceita a imposição do nome do ex-petista como o comandante da legenda e pré-candidato a prefeito.
Chama x estrela
Eliane e seu grupo conseguiram nada menos do que 2.122 assinaturas, solicitando “convenção já” no PMDB da cidade portuária. Lideranças de outros partidos marcaram presença no encontro e defenderam a convenção. Eliane cravou: “Siga a chama (marca do PMDB), não a estrela (petista)”.
Láurea
Sandro Pallaoro, o bem-sucedido presidente da Chapecoense, foi escolhido o empresário de 2015 em Chapecó. Justa e merecida homenagem.
Contras
Sinte está conclamando o magistério estadual para um dia de paralisação na terça-feira, 1 de dezembro. A entidade é frontalmente contrária ao novo plano de carreira da categoria, que o governo articula para ser aprovado ainda este ano na Assembleia.