Na quarta-feira, 5, Jorginho Mello esteve em Brasília com os presidentes nacionais do PL, seu partido, Valdemar da Costa Neto, e também do Republicanos, Marcos Pereira.
Na pauta estava a transferência do deputado federal Jorge Goetten, do PL para o Republicanos, sem que, evidentemente, os liberais venham a reivindicar o seu mandato, pois essa articulação interessa muito ao governador.
Levando-se em conta o peso do governador catarinense no PL atualmente, Costa Neto aceita perder um parlamentar.
Goetten não tem mais ambiente no PL catarinense, até porque tem votado sistematicamente com o governo Lula.
No Republicanos, que até têm representante no Ministério, tudo bem, mas no PL, que abrigou a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro, supostamente derrotado por Lula da Silva no segundo turno, isso não é aceitável.
Esse novo arranjo favorece substancialmente Jorginho Mello, que perde um correligionário, mas ganha um aliado e traz mais um partido para o seu guarda-chuva, provavelmente enfraquecendo seu antecessor e desafeto político, Carlos Moisés da Silva.
Arco de influência
O ex-governador vinha, no contexto das eleições municipais, fazendo o jogo do PSD. Agora, com o Republicanos sob comando do governador, o jogo será para fortalecer, sobretudo nos grandes municípios, as candidaturas liberais.
Progressistas
Coincidentemente, na terça-feira, em Brasília, Esperidião Amin, Leodegar Tiscoski e Aldo Rosa reuniram-se com Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. Tiscoski preside o partido em Santa Catarina, com Aldo como secretário. Ele também integra a executiva nacional há muitos anos.
Conjecturas
Na pauta, estava a perspectiva eleitoral aqui no Estado e a ratificação de que o PP vai estar no projeto de recondução de Jorginho Mello em 2026. Eles também vão estar juntos na maior parte dos municípios onde for possível a coligação neste ano.
Alinhamento
A ideia, em sintonia com os três deputados estaduais do partido na assembleia, é o PP-SC estar alinhado ao governo do estado. A conversa com Ciro foi no sentido de que o PP avance nesse entendimento, mas com espaço na majoritária.
Reeleição
A candidatura natural é a do senador Esperidião Amin. Aliás, Jorginho e o progressista elegeram-se senadores juntos em 2018 e, em 2022, enfrentaram-se para o governo, mas agora estarão no mesmo projeto, ambos buscando a reeleição.
Respaldo
Isso já está alinhavado e com o respaldo de Ciro Nogueira, que também está em linha direta com Valdemar da Costa Neto. Afinal, PL e PP, no plano nacional, caminham juntos. Ciro Nogueira foi o último ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, um dos coordenadores da campanha à reeleição, e muito próximo não só de Bolsonaro, mas também de Costa Neto. Isso vindo de cima fortalece ainda mais a tendência no estado.
Caminho
O PP já tem uma definição sobre a composição proporcional para a assembleia e a Câmara em 2026. Ficou estabelecido que Leodegar Tiscoski e Aldo Rosa ficam em fina sintonia com os filhos do governador, Bruno e Felipe Mello.
Quarteto
Todas as conversações com vistas ao pleito de outubro deste ano estão sendo realizadas pelos quatro, e quando a conversa exige encaminhamento de cúpula, entram no circuito Jorginho Mello e Esperidião Amin, que estão fechadíssimos.
Águas passadas
Eventuais rusgas eleitorais de 2022 estão superadas. PP e PL caminham juntos para 2026. Agora soma-se ao projeto a articulação do Republicanos sob a órbita e controle do PL catarinense, presidido pelo atual governador.
foto> Da E para a D: Aldo Rosa, Leodegar Tiscoski, Ciro Nogueira e Esperidiao Amin / Divulgação assessoria senador Ciro Nogueira