Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
Saiu nesta semana o resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre do ano. Os dados, divulgados pelo IBGE, mostram um avanço de 0,8%, puxado pelo setor de serviços, com alta de 1,4%. O agronegócio também mostrou novamente sua força, com aumento de 11,3%. Já a indústria registrou queda de 0,1%.
O governo federal celebra o resultado e diz que estamos no caminho certo. Entretanto, essa é mais uma nuvem de fumaça para tentar esconder a real situação da economia brasileira. O país vive um momento de incerteza e, ainda, de recuperação pós-pandemia, com previsões de crescimento bem mais modestas do que as realizadas nos últimos anos.
Fora isso, convivemos com o fantasma da falta de credibilidade e da insegurança. Então, até que ponto esse avanço do PIB é realmente um bom número para um país como o nosso? Neste ritmo, jamais vamos alcançar o status de país desenvolvido.
Uma análise do jornal Estadão, feita por economistas do C6 Bank, comprova esta tese. Segundo estimativa, na lista de 41 países considerados desenvolvidos pelo FMI, o mais “pobre” seria a Grécia, com PIB per capita em 2022 de US$ 37,2 mil. O do Brasil, no mesmo ano, era de US$ 18,8 mil.
Agora, o mais assustador: para atingirmos o nível do PIB grego de 2022, precisamos crescer 2,3%, em termos reais, durante 30 anos ininterruptos. Já para alcançarmos o nível da Grécia em 20 anos, a taxa de crescimento teria que ser de 3,5% ao ano, todos os anos. Algo que, no ritmo que estamos e sendo reféns das medidas do atual governo, é praticamente impossível.
Precisamos, urgentemente, de um plano de desenvolvimento e crescimento que seja prioridade no país, independentemente da gestão. Com pessoas comprometidas, que tenham visão de futuro e, acima de tudo, responsabilidade com o dinheiro do povo.
Nosso desenvolvimento deve estar acima de interesses políticos, de favores e ideologias. E, o PIB mostra apenas uma parte pequena dos inúmeros desafios que temos pela frente.