As exportações de Santa Catarina somaram US$ 1 bilhão em maio. Apesar do montante, o valor representou queda de 10,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado de 2024, o estado atingiu US$ 4,6 bilhões em vendas internacionais, valor 3,8% menor do que em igual período do ano passado.
A redução está ligada à desvalorização do preço de commodities relevantes para a pauta exportadora do estado e afetam também os preços de vendas externas de proteína animal.
A soja teve o maior impacto negativo na comparação entre maio deste ano e de 2023, com exportações recuando 64,2%, para US$ 61,25 milhões, devido à desaceleração da demanda chinesa e ao aumento da oferta no mercado global, resultante do bom desempenho das safras na América do Sul.
Na mesma linha, a carne suína apresentou redução de 12,3% no valor mensal exportado, para US$ 115,28 milhões, reflexo da diminuição da demanda da China. Já em relação às carnes de aves, apesar de continuarem liderando a pauta exportadora do estado, com vendas de US$ 145,24 milhões, as exportações recuaram 10,2%.
O fato positivo para o setor alimentício, conforme avalia o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, é o aumento da participação de países latino-americanos, como Chile e México, nas compras da proteína animal produzida em SC. “Esse último, por exemplo, zerou as tarifas de importação para produtos da cesta básica, o que estimulou o consumo. Além disso, houve crescimento no embarque do produto catarinense para países do Oriente Médio, como Iraque e Catar”, enfatizou.
Setores em alta
De acordo com o Observatório FIESC, entre os setores que apresentaram desempenho positivo no mês, destaque para as exportações de madeira e móveis, impulsionadas pela melhoria no mercado imobiliário dos Estados Unidos. As vendas externas do segmento somaram US$ 146 milhões, um acréscimo de 15,4% em maio contra o mesmo mês de 2023. Os maiores aumentos foram registrados na exportação de madeira compensada e móveis.
Outro setor que apresentou alta na pauta exportadora foi o de equipamentos elétricos, que teve expansão de 29,3%. Dentro do segmento, os motores elétricos, terceiro item mais vendido pelo estado, tiveram um aumento de 51,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior e somaram US$ 67,23 milhões em exportações.
“Esse crescimento está, em parte, ligado à expansão da indústria de carros elétricos nos EUA, que apresentou uma elevação de demanda em função dos preços competitivos em relação a veículos de outras fontes energéticas ou mesmo híbridos”, afirma o economista Marcelo Albuquerque, do Observatório FIESC. O setor automotivo cresceu 5,6% em maio de 2024 frente ao mesmo mês do ano passado, puxado pelas vendas de partes de motor.
Importações
O estado atingiu a marca de US$ 2,6 bilhões em maio em importações, valor 4,4% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. O desempenho teve a contribuição das compras de insumos da indústria plástica, metalmecânica, metalúrgica, automotiva e de equipamentos elétricos. Esse movimento foi estimulado pelo aumento da produção industrial no início de 2024. Dos cinco principais produtos comprados por Santa Catarina no mês analisado, quatro registraram crescimento em maio de 2024 contra igual período do ano anterior.
O cobre, por exemplo, apresentou uma expansão de 64,3% comparado a maio de 2023. O aumento resulta da valorização do preço internacional do produto, utilizado desde a indústria metalmecânica, em ligas metálicas, até setores de tecnologia da informação, em componentes eletrônicos. O Chile manteve-se como o maior fornecedor, responsável por 80,7% do valor importado.
Os semicondutores, item de relevância nos processos produtivos, permaneceu com o montante importado estável na análise interanual. Porém, a quantidade comprada do produto praticamente dobrou, com os preços internacionais mais baixos.
As importações de produtos do setor automotivo registraram expansão recorde na série histórica, com US$ 42,1 milhões em veículos elétricos. Já os fios de filamentos sintéticos, utilizados na indústria têxtil e na indústria automotiva, também foram destaque no mês, com crescimento de 15,5%.
Destinos e origens
Em maio, os Estados Unidos foram o principal destino dos produtos catarinenses, com compras totalizando US$ 172 milhões em maio. O montante representa 17,1% do total exportado, e configura um crescimento de 21,2% em comparação com o mesmo mês do ano passado. A China segue na segunda posição, responsável por 11,2% das compras de produtos catarinenses, com US$ 112,2 milhões, seguida do México, com participação de 8,1%, e da Argentina, responsável por 5,5%.
No lado das importações, a China liderou como principal país de origem, sendo responsável por vendas de US$ 1,04 bilhão ao estado. As compras externas feitas nos Estados Unidos somaram US$ 197 milhões. O ranking das principais origens das importações traz ainda Alemanha, com US$ 153,5 milhões, Chile, com US$ 147,8 milhões, e Argentina, com US$ 126,1 milhões.
foto>Porto Itapoá, divulgação