Pesquisa divulgada em Blumenau mostra a cruel realidade a ser vivenciada pelo PT em Santa Catarina nas eleições deste ano. Lula da Silva está com quase 74% de rejeição.
É algo quase surreal. Estamos falando de três quartos do eleitorado. A própria candidata petista à prefeitura da cidade, deputada federal Ana Paula Lima, cujo marido, Décio Lima, foi prefeito por oito anos, acumula rejeição que se aproxima dos 50%. Na outra ponta, a parlamentar não chega aos 20% na intenção de voto.
Ou seja, Ana Paula está batendo no teto histórico do PT, que raramente ultrapassa 25 pontos percentuais. Sim, é Vale do Itajaí, uma das regiões mais bolsonaristas do país. Isso é fato.
A situação do PT, no entanto, é desafiadora, para não dizer periclitante e desesperadora em cidades como Joinville e Criciúma. Vamos nos restringir a esses dois centros. Um no Norte e outro no Sul. Em Joinville, o ex-prefeito Carlito Merss vai concorrer novamente. Só um milagre o fará alcançar 20 pontos percentuais de intenção de voto.
Já Criciúma também é um município potencialmente bolsonarista. O PT deve ficar na rabeira, passando quase despercebido.
Refresco
O PT só apresenta um ambiente um pouco mais arejado em duas cidades, dentre as oito maiores: Chapecó e Florianópolis. Na Capital, o candidato é Lela Farias, ex-vereador, que, aliás tem se havido muito bem nesse período eleitoral. Mostra desenvoltura, desembaraço e é assertivo nas colocações.
Missão
Mas Lela tem uma missão árdua, muito embora entre o eleitorado de Florianópolis a disputa presidencial tenha ficado 53% a 47% em favor de Bolsonaro, uma distância pequeníssima comparando-se à vantagem de Bolsonaro em todas as demais regiões catarinenses.
Lulofanáticos
Evidentemente que existe aquele voto do próprio Lula, mas a Capital tem o voto de esquerda, canalizado pelas universidades, os servidores públicos, a turma da cultura e por aí vai.
Muitos formadores de opinião também são militantes convictos dos dogmas canhotos.
Previsibilidade
Com esse viés mais esquerdista em Florianópolis, se houver segundo turno, as maiores chances estão com Marquito Abreu, PSOL, ou Lela, PT contra o prefeito Topázio Neto, caso o candidato à reeleição não liquide a fatura já no primeiro round.
Se isso não ocorrer, seria quase impossível não imaginar Topázio com uma das vagas para o turno final.
Esquerdismo
Marquito e Lela podem ser favorecidos pelo voto canhoto em detrimento de Dário Berger e Pedrão Silvestre, com perfil e partidos de centro (PSDB de Dário) e centro-direita (PP de Pedrão). Também porque Topázio tem perfil conservador.
Grande Oeste
Para finalizar, temos Chapecó, onde, vale lembrar, o PT é forte. Dos seis deputados, dois federais e quatro estaduais do partido em Santa Catarina, apenas Ana Paula, que vem de Blumenau.
Quinteto
Os outros cinco, o federal Pedro Uczai e os estaduais, quatro, todos têm base no Oeste. Na Capital da região, Chapecó, tem dobradinha de deputados do PT após orientação do Palácio do Planalto e da direção nacional do PT, partido pilotado por Gleisi Hoffmann. Uczai na cabeça e Luciane Carminatti, atuante deputada estadual, de vice.
Favoritismo
João Rodrigues é favoritíssimo à reeleição em Chapecó. Não resta a menor dúvida, mas, nunca demais lembrar, eleição ninguém ganha por antecipação.
Tudo leva a crer que o PT vai com tudo para cima de João Rodrigues. Ou seja, a campanha chapecoense promete ser sangrenta. Vai ter sangue pelas canelas. Anotem.
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