Encerradas as eleições de 2024. E o que se observou? A grosso modo, buscando o número de prefeituras conquistadas pelos principais partidos, pela ordem o PSD assumiu a liderança, deixando o MDB em segundo lugar por uma pequena margem. Agora, em terceiro aparece o União Brasil, em quarto o PP e em quinto o PL.
Vamos somar o número de prefeituras conquistadas por esses cinco partidos. O que nós temos? Pouco mais de quatro das cinco mil quinhentas e sessenta prefeituras. Se somarmos todos os partidos de esquerda, a começar pelo PT, que fez aí em torno de duzentos e cinquenta prefeituras, vamos colocar o PC do B, o PV, a Rede, o PSOL, o PSTU, PDT, PSB, esse povo todo?
Não deu quinhentos municípios. Isso quer dizer que outros mil municípios foram conquistados por partidos também de centro e de direita.
Então, no final das contas, em números arredondados, fazendo aqui uma conta de padeiro, cinco mil cidades para partidos de centro e de direita, e apenas quinhentos e sessenta municípios ficaram com partidos de esquerda.
História
A outra coisa são as eleições nacional e estadual. Essa, sim, daqui a dois anos. Vamos tirar como parâmetro a eleição do caçador de Marajás, Fernando Collor de Mello. Lá em 1989, quando do restabelecimento das eleições diretas para presidente.
Do zero
Quantas prefeituras o seu partido, o PRN, tinha? Ou mesmo agora, mais recentemente, Jair Bolsonaro disputou pelo PSL em 2018. Era um partido nanico. Ou vamos imaginar que Lula, sendo candidato à reeleição, considerando-se que a esquerda fez apenas quinhentos e sessenta municípios contra cinco mil de partidos de centro e de direita, quer dizer que Lula vai receber proporcionalmente, percentualmente, essa mixaria de votos? Claro que não.
Retumbo
A esquerda sofreu uma derrota acachapante, retumbante. Não há a menor dúvida. Mas Lula é competitivo, evidentemente.
Está no seu terceiro mandato. É uma realidade inquestionável. Assim, como Bolsonaro, que está e tem tudo para continuar inelegível, lá em 2026.
Força
Os dois são os maiores eleitores brasileiros. Mas Bolsonaro não estará no jogo. Simples assim.
Então a direita não necessariamente terá um candidato único. Poderá ter alguns candidatos. Vamos apreciar as alternativas da direita.
Governadores
Quem saiu fortalecido? Romeu Zema? Não. Ratinho Júnior, do Paraná, elegeu o prefeito de Curitiba, fez um grande número de prefeitos, mas continua muito verdinho, sem dimensão nacional.
No páreo
Então, o Ronaldo Caiado, sim. Já disputou lá em 1989, já está com uma idade relativamente avançada, 75 anos, foi deputado federal várias vezes, senador, está no segundo mandato de governador de Goiás, e ganhou a queda de braço em Goiânia no segundo turno contra Jair Bolsonaro.
Projeção
Tem direito a concorrer à presidência. Mas assim como Zema, seria mais um nome pra compor. Não resta a menor dúvida que o grande nome é Tarcísio de Freitas.
Locomotiva
Não apenas porque é governador de São Paulo. Lá, ele elegeu, entre correligionários e aliados, 96% dos quase 600 prefeitos. Não só por isso, mas porque ele é o nome com melhores perspectiva. Uma vez Bolsonaro inelegível, tem toda a possibilidade de ser apoiado por ele.
Opções
Caiado poderia compor de vice de Tarcísio, formando uma grande chapa. Mas ele pode concorrer a presidente pelo União Brasil, com Zema ficando de vice de Tarcísio. Até porque a eleição é em dois turnos. Já à esquerda não tem um segundo nome. Nem o PT. É Lula. Qualquer coisa fora disso é improvisação.
Vamos observar o desenrolar dos acontecimentos.