O governador Jorginho Mello nomeou, ontem, a procuradora de Justiça, Gladys Afonso, para o Tribunal de Justiça, onde ela passará a atuar como desembargadora.
Gladys não foi a mais votada. Ficou em segundo lugar.
Alexandre Grazziotin liderou a lista tríplice do Tribunal de Justiça e Monika Pabst foi a terceira.
É de praxe o governador nomear o mais votado. Mas não é obrigatório. O que possibilitou a Jorginho Mello escolher a segunda colocada.
Definição que já era aguardada. Por que ele escolheu a Gladys? Porque lá em 2023, em março, houve a disputa pela sucessão de Fernando da Silva Comin no cargo de Procurador Geral de Justiça, função na qual ele atuou por quatro anos.
Na sucessão dele, apresentaram-se seis candidaturas para montar a lista tríplice que foi encaminhada ao governador Jorginho Mello. Eram três da situação e três da oposição. Comin botou os três da situação na lista tríplice que foi para o governador.
Foram encaminhados na época, pela ordem de votação, Fábio de Souza Trajano, Gladys Afonso e Marcelo Gomes Silva. Os dois primeiros procuradores e o último promotor de Justiça.
Na oportunidade, o governador nomeou o mais votado, ou seja, Fábio Trajano. Só que ano que vem já tem nova eleição para o próximo biênio. Trajano vai buscar a recondução. O que ele fez? Trouxe Marcelo Gomes Silva para subprocurador-geral de Justiça.
Ou seja, o braço direito dele. E agora o governador nomeia a Gladys para o Tribunal de Justiça. Trocando em miúdos: o caminho de Trajano para a reeleição está aberto.
Lá à frente, basta Fábio Trajano entrar na lista tríplice para que o governador renove o seu mandato.
Essa articulação é fundamental porque dos três candidatos de oposição em março do ano passado, quem fez uma grande votação foi a promotora de Justiça Vanessa Cavallazzi. Então, Trajano se movimenta para ser o candidato único da situação até para poder enfrentá-la.
foto>TJSC, arquivo, divulgação