A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) protocolou uma queixa-crime contra a ex-senadora Ideli Salvatti, o presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina e atual diretor-presidente do SEBRAE, Décio Lima (foto), e o advogado Prudente José Silveira Mello, por ataques à sua honra e difamação pública. A ação foi motivada por declarações feitas pelos acusados, que associaram a parlamentar ao nazismo e a atitudes golpistas, através de um adereço culturalmente utilizado pela deputada.
A disputa judicial começou após Salvatti, Lima e Mello emitirem comentários e publicações, especialmente em redes sociais e entrevistas, em que associaram a tiara de flores usada por Júlia Zanatta a símbolos nazistas. A tiara, que faz parte do traje típico utilizado na região sul do Brasil, especialmente em eventos como a Oktoberfest, foi descrita pelos réus como uma “referência ao nazismo”. Esse adereço, segundo a deputada, simboliza seu orgulho pelas raízes catarinenses além de exaltar a feminilidade.
Em suas postagens, Ideli Salvatti chegou a afirmar que a parlamentar fazia uso de um “figurino florido nazista”, e insinuou que sua conduta era alinhada ao fascismo e ao golpismo. Após uma ordem judicial para retirar publicações difamatórias, Salvatti continuou a atacar a honra de Zanatta em novas mensagens e entrevistas, ampliando o impacto de suas alegações. A ex-senadora também criticou o uso de armas e associou a deputada a ideologias radicais, enquanto Décio Lima e o advogado Prudente de Mello reforçaram essas acusações.
A queixa-crime protocolada pelo advogado
Pedro Monteiro aponta que as declarações não apenas feriram sua honra, mas também prejudicaram sua imagem perante os eleitores de Santa Catarina, onde foi eleita com mais de 111 mil votos. No texto da ação, a defesa de Zanatta argumenta que a associação de sua figura pública a símbolos nazistas é uma difamação grave, sem qualquer base factual, e que ultrapassa os limites da liberdade de expressão, configurando um ataque direto à sua reputação.
“Essas alegações são não só falsas, mas também xenofóbicas. Não podemos permitir que nossa cultura seja associada a regimes de ódio e violência, como o nazismo”, afirmou a deputada em comunicado.