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Setor produtivo catarinense comenta sobre a falta de acordo na rodada de reuniões sobre o preço do tabaco

Nos dias 14 e 15 de janeiro, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) recebeu individualmente cinco empresas fumageiras para as reuniões de definição do preço do tabaco da safra 2024/2025. Embora onze tenham confirmado presença, algumas cancelaram as agendas por não contarem com propostas que atendessem às exigências da comissão representativa dos fumicultores, que determina que o reajuste deve, no mínimo, cobrir o custo de produção.

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) é uma das entidades que compõem a comissão representativa dos produtores de tabaco.  O vice-presidente regional da Faesc e presidente do Sindicato Rural de Irineópolis, Francisco Eraldo Konkol, acompanhou todo o processo e destacou que, apesar dos desafios, ocorreram avanços nas negociações.

O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, valorizou o trabalho da comissão. Destacou a habilidade de negociação de Eraldo Konkol e, principalmente, seu comprometimento com o setor. “Ficamos tranquilos porque o produtor está muito bem representado. Torcemos pelo sucesso das próximas reuniões, pois o êxito da comissão representativa dos fumicultores é o êxito do produtor”, ressaltou ao agradecer a atuação do representante catarinense em defesa dos produtores de tabaco do estado.

Konkol, que também faz parte da Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec Tabaco da Faesc), representa a CNA/Faesc no Fórum Nacional de Integração do Tabaco (Foniagro) e é membro da CNA/Faesc na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco no MAPA, ressaltou que desde o início, a Comissão deixou claro que não aceitaria propostas abaixo do custo de produção.

“Por isso, empresas que não contavam com uma proposta clara nesse sentido não compareceram às negociações. Algumas, como a JTI, apresentaram estratégias para evitar oferecer o custo de produção, propondo um aumento não linear, com reajustes diferentes para cada classe de tabaco e menores para as classes de ponta. Rejeitamos essa proposta porque não atende à nossa meta de valorizar o produtor e garantir uma tabela justa”, afirmou.

De acordo com Konkol, a BAT tentou rediscutir o custo de produção que havia sido levantado em conjunto, argumentando que os custos com mão de obra estavam superestimados e que seu custo de produção não seria aquele percentual que vem sendo apresentado. “Essas são estratégias das empresas para reduzir o reajuste do tabaco, algo que a nossa representação não aceita”, afirmou.

Os representantes dos produtores de tabaco garantem que não encerraram as negociações e que esperam que as empresas fumageiras revejam suas posições e levem em consideração a importância da valorização do produtor e a manutenção sólida e sadia do sistema integrado de produção. Uma nova e última rodada está sendo organizada para o início de fevereiro.

Konkol completou, ainda, que apesar dessas dificuldades, ocorreram avanços. “Algumas empresas ofereceram o custo de produção e outras até 1% acima disso. Esperamos que na próxima rodada de negociações possamos realmente fechar pelo menos alguns desses acordos”.

CUSTO DE PRODUÇÃO:

Universal Leaf: Variação do custo de produção: 7,45% (Virgínia) e 0,66% (Burley)

China Brasil: Variação do custo de produção: 6,18% (Virgínia)

UTC: Variação do custo de produção: 8,43% (Virgínia) e 2,49% (Burley)

BAT: Variação do custo de produção: 10,55% (Virgínia) e 7,01% (Burley)

JTI: Variação do custo de produção: 10,10% (Virgínia) e 5,19% (Burley)

Alliance One: Variação do custo de produção: 8,27% (Virgínia) e 3,99% (Burley)

CTA: Variação do custo de produção: 8,46% (Virgínia) e 3,58% (Burley)

Philip Morris: Variação do custo de produção: 8,58% (Virgínia)

Premium: Variação do custo de produção: 8,60% (Virgínia) e 0,83% (Burley)

A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da AFUBRA

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