O padre Pedro Baldissera, que já cumpre seu quinto mandato pelo PT na Assembleia Legislativa, no último final de semana se apresentou como nome para concorrer à presidência do partido. As bases pressionam as lideranças partidárias espalhadas pelo estado.
O resultado do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina nas eleições municipais do ano passado foi pífio. Os petistas elegeram sete das 295 prefeituras. Seis no Oeste, base eleitoral do Padre Pedro; e apenas uma prefeitura no Sul. Mas com um detalhe: todas as cidades de pequeno porte.
Nunca o PT havia tido um desempenho tão desalentador como esse. E o responsável maior responde pelo nome de Décio Lima. Isso é óbvio. Ele era e segue sendo o presidente estadual do partido.
Não se licenciou mesmo assumindo a presidência do Sebrae Nacional, indicado que foi pelo próprio presidente da República, seu compadre e amigo.
Desleixo
O PT disputou as eleições sem ter feito nenhum trabalho prévio de estruturação de candidaturas, sejam majoritárias, sejam proporcionais. Elegeu uma mixaria de vereadores em cidades de médio porte. E de grande porte, em muitas sequer elegeu um representante.
Chegou a hora
É o fim da linha. Sem contar que Décio Lima foi o candidato do PT ao governo nas últimas duas eleições. Em 2018, quando disputou solitário, ele teve uma performance que deixou muito a desejar.
Benefícios
E depois, em 2022, pleito no qual chegou ao segundo turno contra Jorginho Mello. Muito menos pela sua atuação política-partidária-eleitoral, pretérita, e muito mais pela candidatura de Lula à presidência.
Divisão
Mas, o que verdadeiramente colocou pela primeira vez na história, em mais de 40 anos, o PT no segundo turno, foi a divisão de candidaturas conservadoras.
Quinteto
Foram cinco, além de Jorginho Mello, também o então governador Carlos Moisés, que perdeu para Décio por menos de 20 mil votos.
Nomes
Mas além de Jorginho e Moisés, também concorreram Esperidião Amin, Gean Loureiro e Odair Tramontin. Única e exclusivamente por isso que Décio Lima chegou ao segundo turno. Aliás, feito esse, que dificilmente se repetirá: um candidato de esquerda na grande final em Santa Catarina. Até porque não teremos tantas candidaturas conservadoras em 2026. Santa Catarina tem alergia, é avessa a figuras do espectro ideológico à esquerda.
Aleluia
Nunca fomos governados por nenhum deles. E por isso Santa Catarina anda tão bem, e encontra-se numa fase tão alvissareira. Essa é a realidade.
Dúvidas
Décio Lima terá dificuldade? Vai disputar contra, Padre Pedro? Vale lembrar que o nome de consenso na bancada deve ser o do líder Fabiano da Luz. É um deputado mais jovem e chegou à Assembleia bem depois de Padre Pedro, Luciane Carminatti e Neodi Saretta, todos com vários mandatos nas costas.
Federal
Fabiano da Luz encarna a renovação? Ou a alternativa poderia vir a ser o deputado federal, já de terceiro mandato, Pedro Uczai? A conferir.