O Complexo Portuário do Itajaí encerrou o exercício de 2015 com retração de 9% no volume de contêineres operados. O volume de TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentado no exercício de 2015 foi de 983.76 mil TEUs, ante 1,09 milhão de TEUs, operado em 2014. Em unidades, no ano de referência o Complexo movimentou 587,96 mil contêineres, volume inferior em 11% aos 657.4 mil contêineres operados no exercício anterior.
Observa-se que o Cais Comercial esteve durante o ano de 2015 com seus dois berços, 3 e 4, em obras de reforço e realinhamento. As retrações físicas de 9% nas operações com contêineres (TEUs) e 11% na tonelagem, verificadas no decorrer do ano, podem ser creditadas às mudanças de linhas de navios, com o advento de novos players no mercado conteineiro, e às fortes chuvas que provocaram o assoreamento do canal e bacia de evolução do Complexo.
Em 2015 o clima teve forte influência do fenômeno El Ninõ – que em Santa Catarina e no Sul do Brasil ocasionou significativo aumento nos volumes de chuva registrados, principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro. Fator que comprometeu as operações:
O fato do Complexo operar basicamente produtos acabados e de alto valor agregado, e não commodities, também impactou nos resultados. A conjuntura econômica externa desfavorável do ano também agravou a situação do Complexo. As economias avançadas, mercados emergentes e economias em desenvolvimento tiveram sua previsão de crescimento do PIB reduzidas e os principais parceiros comerciais brasileiros, China e Estados Unidos, também apresentaram um menor dinamismo nas suas economias em 2015. Com relação ao fluxo das cargas, no exercício de 2015 o Complexo do Itajaí acompanhou a evolução do comércio exterior catarinense e foi na contramão dos números da corrente de comércio brasileira e seguiu a tendência da catarinense no ano.
Embora tenha seguido a tendência da Corrente de Comércio Brasileira e apresentado pequena retração, em comparação ao ano anterior, Itajaí continua sendo em 2015 o porto brasileiro que apresentou o maior valor agregado nas cargas operadas. Observamos que as exportações catarinenses fecharam 2015 em US$ 7,644 bilhões, valor 15,8% inferior ao registrado em 2014. Entre os dez principais produtos embarcados no Estado, os maiores recuos foram registrados pela soja (-30,1%), motores e geradores elétricos (-27,6%) e carne suína (-24,7%). O frango – principal produto exportado pelo Estado e pelo Complexo Portuário, que é o segundo maior exportador da mercadoria – teve recuo de 16,2% na mesma comparação.
Apesar do resultado positivo da balança brasileira, 2015 foi um ano de queda das vendas do Brasil para o exterior. As exportações registraram retração de 15,01% na comparação com 2014. Nas importações, a queda foi de 25,2%. O superávit da balança comercial deveu-se à queda das importações em ritmo mais acentuado que as exportações. O país desacelerou a compra de bens no exterior devido a fatores como a queda na atividade econômica e o dólar em alta.
Foto: Marcos Porto, arquivo, divulgação