Disneylândia
A semana que se encerra reservou espaços no rádio e na TV para os programas partidários do PT e do PMDB. Ou seja, aos dois principais partidos governistas. As peças parecem ter sido produzidos nos estúdios Disney. Surreais.
O PT escondeu Dilma Rousseff e apresentou seu candidato em 2018, Lula da Silva. Conversa vem, conversa vai, e nenhuma explicação acerca dos imóveis fantasmas, do enriquecimento estratosférico dos filhos, da Lava Jato, dos imóveis, da Petrobrás, da Zelotes, da roubalheira, da crise política e econômica. Um estrangeiro que tenha assistido ou ouvido o programa poderia perfeitamente sentir-se um conto da carochinha, bem cor-de-rosa.
O PMDB, sócio majoritário dos petistas no consócio governista, apresentou-se como oposição. Mesmo tendo o vice-presidente da República e pelo menos um terço dos assentos na esplanada dos ministérios. Mas o escracho não parou aí. Na passarela midiática, desfilaram figuras do quilate de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, ambos carregados de denúncias gravíssimas, apresentadas ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República.
A cara-de-pau da classe política, e dos marqueteiros da ficção eleitoral, ultrapassou todos os limites. Não restam dúvidas de que, para os políticos, os brasileiros são uns idiotas!
De SC
O surreal programa do PMDB reservou espaço para aparições de cinco dos seis deputados federais do partido eleitos por Santa Catarina. Estranhamente, Ronaldo Benedet não deu o ar da graça.
Gean e Dário
Além dos cinco federais, somente o deputado estadual Gean Loureiro, pré-candidato a prefeito de Florianópolis, e o senador Dário Berger deram as caras no programa do PMDB.
Pé de guerra
Não convidem para a mesma mesa Ronério (presidente da Casan), Dirce Heiderscheidt (deputada estadual) e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira. Embora sejam todos pemeedebistas, o casal de Palhoça ainda não assimilou a forte mobilização de Moreira para derrotar a candidatura de Dirce, sem sucesso, em 2014.
Queridinhos
Como vice-governador e então presidente estadual do PMDB, Eduardo Moreira focou em apenas três nomes para a Alesc no PMDB: Luiz Fernando Vampiro, não se elegeu, mas ficou de primeiro suplente e tem tudo para ser efetivado (já está atuando no Parlamento, inclusive); Mauro de Nadal e Gean Loureiro, estes dois eleitos com expressivas votações.
Inimigos
Na lista dos desafetos de Moreira entraram, além de Dirce, outros dois candidatos do PMDB em 2014. Manoel Mota, que tinha cinco mandatos e ficou de suplente e Renato Hinnig. Curiosamente, Mota, assim como a deputada estadual, era umbilicalmente ligado ao falecido Luiz Henrique da Silveira. Já Hinnig era e é ligado ao ex-governador Paulo Afonso Vieira.
Erro crasso
Moreira errou feio na estratégia, apostando todas as fichas somente nos “seus” candidatos a estadual. O desgaste a partir das eleições foi a gota d’água para sua saída do comando estadual do PMDB. Teve que abrir mão para Mauro Mariani.
Fato novo
Em Itajaí, o PV apresentou como pré-candidato a prefeito o professor Vilson Sandrini Filho. Procurador-geral da Univali desde 2006, ele defende o desenvolvimento econômico em convergência com a preservação das riquezas naturais. Sandrini também é esportista. Conquistou troféus estaduais e nacionais no down hill, além de ser um renomado judoca. Carismático, o professor aposta na renovação política e em uma nova maneira de administrar a máquina pública. Ele é neto do emblemático ex-prefeito de Itajaí, Samuel Heusi, que exerceu dois mandatos na cidade portuário.