Colegiado de notáveis
Quando estava chegando para o almoço-debate promovido pelo LIDE-SC (presidido pelo empresário Wilfredo Gomes), na última terça-feira, na Capital, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) conversou ao telefone com o correligionário Michel Temer. O virtual presidente do Brasil informou ao catarinense que não montará um ministério partidário. O colegiado dele será de notáveis. Depois do rápido contato, Moreira defendeu em público a necessidade de reforma política.
“Para que não tenhamos um novo impeachment daqui a 24 anos,” declarou, referindo-se ao lapso de tempo entre a degola de Fernando Collor e a iminente queda de Dilma. Ele citou também aberrações relacionadas a deputados campões de votos, como Tiririca e Celso Russomano, que levarem junto com eles a Brasília parlamentares eleitos com uma miséria de sufrágios. Outro catarinense que tem acesso ao provável futuro presidente, o deputado federal Mauro Mariani, tem reunião prevista com Michel Temer na semana que vem, em Brasília. O parlamentar está martelando a tese de que o PMDB tem de ajudar o novo governo e não criar empecilhos para Temer. Ou seja, o Manda Brasa não pode agora exigir ministérios e cargos de proa, projeta Mariani, porque o que está em jogo são a governabilidade e o futuro do país.
Enxugamento
Segundo Mariani, Temer deve reduzir a 20, no máximo, o número de ministérios. Neste contexto, dificilmente Santa Catarina será contemplada com um espaço no primeiro escalão. Para o deputado, é mais do que suficiente os retornos de Djalma Berger e Vinícius Lummertz às presidências da Eletrosul e Embratur, respectivamente, além de outra posição de destaque no governo federal.
Contas públicas
O empresário Luiz Fernando Furlan destacou que Santa Catarina, sexta economia do país, é um estado “arrumadinho”. Asseverou que o país precisa de mudança de ares para inverter a curva. Segundo Furlan, é fundamental a arrumação das contas públicas. A arrecadação, lembrou ele, está caindo. Furlan também ressaltou a necessidade de o governo reativar projetos que estão parados, principalmente de grande obras de infraestrutura. Segundo ele, mais de mil estão paralisadas.
Olho no olho
Raimundo Colombo teve nesta terça-feira a missão de encarar de frente dois ministros: o do Supremo, Edson Fachin, e o da Fazenda, Nelson Barbosa. Porta-voz da tese agora seguida por mais sete estados, o governador foi firme na defesa. No dia anterior, já havia conduzido na Casa de Santa Catarina, em Brasília, uma reunião preparatória. Depois da defesa, voltou a liderar o grupo e seguiu para mais uma rodada de esclarecimentos com outros ministros do STF.
Em alta
O secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, também obteve projeção nacional ao ser o apresentador dos argumentos aos outros Estados. “Quando há sintonia entre os gestores e segurança nas informações, o resultado é o convencimento”, observou Gavazzoni.
Incógnita
Perguntinha que não quer calar nos meios políticos: depois de votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, o deputado federal Jorginho Mello, presidente estadual do PR, vai entregar a superintendência do DNIT no Estado? Vissilar Pretto, o engenheiro que está no comando, foi indicado por ele para o cargo.