“Golpe a serviço do ultra liberalismo, do Estado mínimo, e da flexibilização das leis trabalhistas”
“Não votaram pelo afastamento de Dilma. Cassaram, sim, o voto de 54 milhões de brasileiros”, protestou o deputado estadual Dirceu Dresch (PT) em seu pronunciamento na tribuna do Legislativo na manhã desta quinta-feira (12). Ele se referia à aprovação do processo de impeachment e o afastamento por 180 dias da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado Federal. O parlamentar classificou o processo de golpe para a implantação de um projeto ultraliberal na país, que visa tirar direitos dos trabalhadores, diminuir políticas sociais e privatizar estatais.
Dresch destacou o “cinismo” dos senadores, lembrando que mais de 60% responde a processos judiciais, que vão de caixa 2 de campanha a lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e crime de responsabilidade fiscal. “Foi o dia do cinismo na TV. Senadores acusados de corrupção falando de responsabilidade fiscal e defendendo a cassação de uma presidenta que não cometeu crimes e não responde a nenhum processo na justiça”, lamentou o deputado.
Ele criticou setores da mídia por executarem uma ampla campanha para prejudicar a imagem do governo junto à opinião pública. “No processo do jogo midiático, assistimos à imprensa a serviço do golpe. Pouco a pouco, os monopólio das comunicações impuseram uma agenda contra o governo baseada em factoides, denúncias infundadas, matérias mentirosas. Manipularam a opinião pública para criminalizar o PT e suas lideranças e achincalhar a presidenta Dilma.”
Quanto ao futuro do país, Dresch afirmou que o Brasil “entra em um período nebuloso, em que as garantias constitucionais estão ameaçadas. O parlamentar criticou, sobretudo, o documento “Uma Ponte para o Futuro”, que contém as metas do presidente interino Michel Temer para a sua gestão, qualificando-o como um retorno do país às políticas ultraliberais. “O programa, que deveria se chamar uma pinguela para o passado, tem as medidas liberais que impuseram à Europa para a crise. Prega coisas como o Estado mínimo e a flexibilização das leis trabalhistas, como se estas fossem a razão dos problemas do Brasil. Também aponta para a privatização da educação e da saúde e para a entrega das estatais e das riquezas minerais e do petróleo para as multinacionais. “Vamos voltar a ser um país subserviente aos interesses dos Estados Unidos.”
Solidariedade à Dilma e oposição responsável
Dresch externou sua solidariedade à presidenta Dilma Roussef, afirmando que a luta contra o processo de impeachment só está começando. Também afirmou que o PT fará oposição responsável, com foco nos interesses da soberania nacional e dos direitos dos trabalhadores. “O PT sempre esteve e estará a serviço da classe trabalhadora, batalhando para que o Brasil se desenvolva com inclusão social. E, por isso, seremos o maior partido de oposição. Não de oposição ao Brasil, com fizeram os partidos do golpe. Mas contra o Estado mínimo e a retirada de direitos dos trabalhadores.”
Foto>divulgação