O fato novo neste período de pré-campanha em Lages é a possibilidade, cada vez mais concreta, de o prefeito Elizeu Matos (PMDB) não tentar a reeleição. Ao colunista, ele admitiu esta hipótese. O avançado estágio da doença que acomete sua esposa e o desgaste sofrido por ele e os demais familiares com o afastamento da prefeitura e a prisão domiciliar são fatores que pesam muito. Neste contexto, não está descartada a hipótese de o PMDB indicar o vice do empresário Roberto Amaral, que é candidatíssimo pelo PSDB.
Na outra extremidade, Amaral tem conversado frequentemente com o ex-vereador Arnaldo Moraes, presidente do PP no município. Conta aí também a amizade entre o empresário serrano e o deputado federal Esperidião Amin.
Com o PMDB fora, sobram PSD, PPS e o PT. Este último, lançará candidato, mas com perspectivas limitadíssimas devido ao cenário político. No PPS, cogita-se apresentar um cabeça de chapa. Seja com o vice-prefeito Toni Duarte, seja com a deputada federal Carmen Zanotto. No momento atual, a balança pende mais para os lados de Toni.
E o PSD, do governador, conta com Antônio Ceron, que ainda sonha em ter o próprio Roberto Amaral como seu vice.
Ausência
Chamou muita atenção a ausência de Ceron na abertura da Festa do Pinhão. Todos os demais pré-candidatos marcaram presença.
Desenvoltura
Roberto Amaral circulou com extrema desenvoltura na Festa do Pinhão. É candidatíssimo a prefeito. Aposta no viés empresarial e austero em contraponto ao brutal desgaste da classe política a partir da corrupção generalizada que tomou conta do país. No sábado, Amaral conversou com o senador Paulo Bauer.
União
Se o PMDB topar e indicar o vice de Roberto Amaral, forma-se uma chapa consistente para tentar derrotar o candidato do governador na cidade, Antônio Ceron.
Me incluam fora
O PMDB tem o deputado estadual Fernando Coruja, que já administrou Lages. Mas ele demonstra empolgação zero em candidatar-se novamente este ano.
Só a economia salva
Não foi por acaso que Michel Temer escalou os galáticos da economia brasileira para comandar a Fazenda e todo o setor em seu governo (ainda interino). Nas demais pastas, o peemedebista cedeu, salvo algumas exceções, como José Serra, ao fisiologismo rasteiro no balcão de negócios varejistas a que se reduziu o Congresso Nacional.
Sem condições
Ao escalar Romero Jucá para o Planejamento, Temer acenou para o PMDB do Senado. Para fazer um contraponto ao desafeto Renan Calheiros. Se deu mal logo de cara. A coluna registrou várias vezes que era uma “temeridade” destacar Jucá, investigado pela Lava Jato, para o primeiro escalão. Ainda mais em uma pasta de proa e que compõe a equipe econômica. A revelação das gravações em que o notório peemedebista sugere um pacto do poder para deter Sérgio Moro e os investigadores da PF e do Ministério Público Federal era um desastre anunciado.
Aposta em Concórdia
Há 16 anos sem administrar Concórdia, o PMDB aposta suas fichas no vereador Fábio Ferri, cuja pré-candidatura recebeu o apoio do presidente do PMDB, deputado federal Mauro Mariani, e do vice-presidente e coordenador das eleições, deputado estadual Valdir Cobalchini. Para Mariani, Ferri, que é o atual secretário Executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Concórdia, incorpora um projeto com potencial.