O acolhimento do requerimento da bancada do PMDB, pedindo que a Assembleia Legislativa devolva ao governo R$ 100 milhões que mantém aplicados, como resultado das sobras financeiras do exercício de 2015, agradou parcialmente o líder Valdir Cobalchini. Ele explicou que a iniciativa é um “gesto de solidariedade ao executivo”, tanto é que foi motivo de agradecimento feito ao deputado pelo governador Raimundo Colombo na manhã de ontem. Mas a imprecisão do presidente da Assembleia Gelson Merísio sobre quando e quanto pretende devolver ao governo deixou margem a dúvidas sobre o resultado efetivo da decisão, anunciada durante a ordem do dia da sessão vespertina dessa quarta-feira.
Durante o debate que precedeu o anúncio da acolhida do requerimento, o amparo regimental para o requerimento foi colocado em dúvida por Merísio, e o peemedebista Fernando Coruja alegou que sobras financeiras devem retornar ao caixa único do Estado ao final de cada exercício. Alegou, ainda, que a situação do governo parece crítica: “O governador reuniu os secretários e quase chorou, dizendo que é preciso economizar. O senhor administrou a Assembleia um pouco melhor, sobraram R$ 100 milhões, então devemos ajudar o governo”, reforçou Coruja.
Quando o presidente da Assembleia alegou falta de amparo legal, mas admitiu que há mérito no pedido, Cobalchini colocou-se à disposição para reformular o requerimento, se necessário, “para que não se haja risco que impeça a devolução dos recursos”. Em seguida lembrou que a verba poderia, por exemplo, ajudar na retomada do programa de cirurgias eletivas, agora suspenso, como propôs o também peemedebista Dalmo Claro. Merísio respondeu que a receita estadual está em “queda livre”, por isso só poderá decidir sobre a posição da Assembleia entre novembro e dezembro, meses que antevê como “críticos”. O assunto agora será debatido na mesa diretora da Assembleia.
Em pé na foto: Cobalchini (E) e Fernando Coruja (D)
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