O áudio divulgado pelo neo-delator Sérgio Machado, outrora cúmplice e partícipe da gatunagem na Petrobrás, em que o advogado Fabiano Silveira, convertido por Michel Temer em ministro da Transparência, é mais uma paulada no governo interino. Indicado por ninguém menos do que Renan Calheiros, o causídico foi gravado dando uma verdadeira aula aos interlocutores. Didático, ele ensinou como se poderia agir para escapar da Lava Jato.
E acaba de cravar na testa da atual gestão uma marcada indesejada: a administração pilotada pelo PMDB parece obcecada em exterminar a operação que está fazendo uma verdadeira limpeza no mau cheiroso universo político brasileiro.
Assim como Romero Jucá, não resta a Temer outra alternativa a não ser degolar Silveira. Acumulará desgaste. Mas será menor se o chefe do Executivo correr com o ministro-professor de artimanhas anti-democráticas da esplanada. Em caso de permanência dele, a posição do presidente interino ficará deveras fragilizada. Até porque ele ganhou o pomposo título de ministro da Transparência. Que, como se viu, age com desenvoltura nos subterrâneos sem luz.
Única saída
A sobrevivência de Temer depende da degola, imediata, de todos os ministros investigados, na Lava Jato ou não, ou enrolado de alguma maneira no Judiciário e na Polícia.
A lista
O presidente interino tem que se desfazer, rapidamente, dos seguintes nomes: Mendonça Filho (Educação), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Maurício Quintella (Transportes), Raul Jungmann (Defesa), Henrique Alves (Turismo) e por aí vai. Temer precisa sentar com essa turma e deixar claro que não pode a cada semana ser obrigado a exonerar um. Limpa a área, rápido, presidente!
Mais do mesmo
A cada dia que passa, a impressão que se tem é que só houve a troca da sigla partidária à frente do país. As práticas nefastas que culminaram com o afastamento de Dilma Rousseff parecem intactas até aqui.
Conversando
Empresário Roberto Amaral foi o anfitrião de uma comitiva do PP de Lages recentemente. Os progressistas, liderados pelo presidente do diretório municipal, Sandro Anacleto, foram recebidos pelo tucano no Centro de Treinamento Rancho Rochedo. Avançam as tratativas para uma possível aliança entre PSDB e PP.
Conversando 2
Em Balneário Camboriú, quem adianta as conversas são Fabrício Oliveira, expoente do PSB na cidade, e Júnior Pavan, liderança do PSDB e também pré-candidato a prefeito. O tucano é filho do hoje deputado estadual Leonel Pavan, que foi prefeito do município litorâneo em três oportunidades.
Apoio
Senador Paulo Bauer, pelo menos nas manifestações públicas, tem dado apoio total ao pacote de medidas de Michel Temer e Henrique Meirelles. Para ele, é o caminho para o Brasil começar a sair do atoleiro.
Presença no Vale
Outro senador tucano, Dalirio Beber, é presença constante em Blumenau, onde mantém um escritório parlamentar. Ele também é um dos conselheiros do prefeito Napoleão Bernardes, que buscará a reeleição.
Piada
PT e PCdoB agora agem como se o governo Temer estivesse em campo há 13 anos. Brincadeira tem hora.