Iniciada a campanha eleitoral para a corrida às prefeituras e às Câmaras de Vereadores, com novas normas absolutamente restritivas, o papel da Justiça Eleitoral e da mídia será fundamental.
Por ora, o pedido de voto está restrito às redes sociais, reuniões, carros de som, santinhos e adesivos. Não tem mais essa história de cartaz, placa, outdoor, etc e tal. A expectativa agora é para conferir se as campanhas serão realmente franciscanas a partir da proibição das doações empresariais. As doações financeiras podem ser pessoais. Ponto. Isto definido, a Receita Federal tem como saber se o cidadão que fizer uma determinada doação em dinheiro tem realmente bala para repassar aquele valor ao candidato.
Por exemplo: Se o cara pegou um financiamento recente, estava quebrado, em dificuldades, não poderá se expor com repasse de milhares de reais. O sistema da Receita pode identificar facilmente distorções entre a situação fiscal do cidadão e as eventuais doações.
Agilidade necessária
Se os candidatos escancararem que o caixa dois está imperando, é fundamental que a Justiça Eleitoral seja ágil. Não dá mais para suportar candidatos sabidamente ficha-suja disputando a eleição, mesmo barrado nas instâncias inferiores, mas arrumando liminar no TSE. Na nova realidade, o ditado de que a Justiça tarda mas não falha não serve mais.
Hipocrisia
É preciso acabar com a hipocrisia, o jogo de faz-de-conta. A sociedade não aguenta mais conviver com político que acaba se elegendo a bordo de uma liminar e depois forçam eleições suplementares ou mesmo gestões interinas dos presidentes de Câmaras.
Realidade
Com o país em crise e apresentado a operações como a Lava Jato e a Zelotes, tudo que se espera nessa curta campanha é que elas realmente sejam franciscanas.
Endividamento
Uma em cada dez famílias tem mais de 50% da renda comprometida com dívidas em Santa Catarina, conforme aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) referente ao mês de julho, realizada pela Fecomércio SC.
Sem poupança
Do outro lado, 12,8% das famílias têm menos de 10% da fatia da população que costuma comprar à vista, fazer poupança ou não faz débitos em longo prazo.
Fichas-suja
O Tribunal de Contas de Santa Catarina enviou, nesta segunda-feira (15/8), ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE/SC), a relação dos agentes públicos, que, nos oito anos anteriores às eleições de 2 de outubro, tiveram suas contas julgadas irregulares e/ou receberam parecer prévio recomendando a rejeição das mesmas.
Mais de mil
O documento, que contém 1.040 nomes, num total de 1.269 registros — o mesmo responsável pode ter mais de uma ocorrência —, foi elaborado com base no voto divergente do conselheiro Júlio Garcia, aprovado por três votos a um na sessão administrativa realizada no dia 10 de agosto. Com a remessa da lista, o TCE/SC cumpre o disposto na lei nº 13.165/2015. Caberá à Justiça Eleitoral a declaração ou não de inelegibilidade dos candidatos que estiverem na lista.